Combustíveis e Bioenergia

Sindigás defende GLP fora do Imposto Seletivo na regulamentação da reforma tributária

Setor busca se aproximar das equipes técnicas do governo para apresentar algumas preocupações

Presidente da Sindigás, Sérgio Bandeira de Mello [na imagem], defende GLP fora do Imposto Seletivo na regulamentação da reforma tributária, em entrevista ao estúdio epbr durante o 37º Congresso da Associação Iberoamericana de Gás Liquefeito de Petróleo (AIGLP), no Rio, em 14/3/2024 (Foto: Victor Curi/epbr)
Presidente do Sindigás, Sérgio Bandeira de Mello defende GLP fora do Imposto Seletivo (Foto: Victor Curi/epbr)

RIO – O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sérgio Bandeira de Mello, defende que o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) fique de fora da criação do imposto seletivo, na regulamentação da reforma tributária.

Contrariando a articulação do setor de petróleo e gás natural, a Câmara dos Deputados aprovou em dezembro a aplicação do imposto seletivo sobre a produção de óleo e gás, criando uma nova alíquota de até 1% na reforma.

“Nós vendemos combustível fóssil, ninguém está aqui falando diferente disso. Mas, dentro da transição energética, cada país está em um estágio e nós estamos em um estágio de substituir lenha por outras energias… Então, assim, pode-se deixar uma janela para aplicação de [imposto] seletivo ao consumo ao GLP, imaginando e classificando o GLP como um fóssil como qualquer outro? A minha recomendação, a recomendação do setor é que não”, afirmou Bandeira de Mello ao estúdio epbr, durante o 37º Congresso da Associação Iberoamericana de Gás Liquefeito de Petróleo (AIGLP). Veja na íntegra a entrevista.

Segundo ele, não se trata de um pedido de “excepcionalidade para vender gás”.

“Ou seja, você diz que ele [o GLP] é essencial, você diz que ele tem um impacto social muito importante, então, nos textos de regulamentação, busque positivar também essa questão”, disse.

Bandeira de Mello vê o texto da reforma como positivo, na medida em que ele confirma que os produtos e os combustíveis que já estão dentro do modelo monofásico e com alíquotas fixas (ad rem) continuarão dentro desse regime especial.

Ele conta, no entanto, que o setor de GLP tem procurado se aproximar das equipes técnicas do Ministério da Fazenda e do Ministério de Minas e Energia, para apresentar algumas preocupações com detalhes do texto de regulamentação da reforma.

“Temos aí a oportunidade de nos precaver para que os detalhes sejam muito bem fechados. Não acredito que simplesmente o texto constitucional por si resolva tudo”, disse.

Bandeira de Mello cita preocupações quanto à possibilidade de bitributação e defende que a regulamentação positive em lei, de forma clara, que o GLP se trata de um produto essencial – e, portanto, não ultrapasse determinado teto.

“A gente conhece como funciona a questão fiscal. O que não tiver positivado, o que não tiver bastante esclarecido no texto legal, na primeira crise fiscal, alguém diz, posso aplicar? Posso. Foi”, comentou.

Confira a cobertura do estúdio epbr no 37º Congresso da AIGLP