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Petrobras conclui que não houve irregularidade no contrato com a Unigel

Diretoria de Governança e Conformidade da estatal e KPMG não encontraram problemas no acordo de tolling com a fabricante de fertilizantes

Petrobras apura, com apoio da empresa de auditoria KPMG, que não houve irregularidade no contrato de tolling com a Unigel. Na imagem: Fábrica de fertilizantes arrendada pela Unigel em Camaçari, na Bahia (Foto: Divulgação Unigel)
Fábrica de fertilizantes arrendada pela Unigel em Camaçari, na Bahia (Foto: Divulgação Unigel)

RIO – A Petrobras informou nesta segunda-feira (4/3) que não foram encontradas irregularidades na assinatura do contrato de tolling com a Unigel, após apuração interna feita pela Diretoria de Governança e Conformidade com apoio da empresa de auditoria KPMG.

O contrato foi assinado no fim de dezembro e viabilizou a retomada das operações das fábricas de fertilizantes de Sergipe e da Bahia.

Após o acordo, foram divulgadas suspeitas de interferência dos diretores Sergio Caetano Leite (Financeiro) e William França (Processos Industriais e Produtos) para agilizar o acordo. Segundo a estatal, a apuração “concluiu pela não confirmação de irregularidades nesse sentido”.

“É improcedente a informação de que a celebração do contrato não tenha observado todos os trâmites e procedimentos pertinentes. Ao contrário, o contrato passou por todas as instâncias prévias de anuência e validação, de maneira que o sistema de governança da companhia foi integralmente respeitado. Também não procede a afirmação que a KPMG tenha determinado o afastamento de diretores do processo de certificação das demonstrações financeiras”, informou a estatal.

A empresa reforçou também que o calendário de divulgação das demonstrações financeiras está mantido.

TCU apontou falhas

Em fevereiro, a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou falhas na governança da Petrobras e distorções nos cálculos que justificaram a assinatura do contrato.

A estimativa da petroleira, citada em despacho da corte, é que o acordo trará prejuízos de R$ 487,1 milhões, no prazo de oito meses de sua vigência.

O ministro Benjamin Zymler determinou que a petroleira, o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Unigel prestem esclarecimentos sobre indícios de irregularidades apontados pelos técnicos do TCU.

“Conforme já informado ao mercado, o contrato de serviço com a Unigel tem caráter provisório e visa a permitir a continuidade da operação das plantas localizadas em Sergipe e Bahia, que pertencem à Petrobras, por oito meses, sem prorrogação. O contrato de serviço temporário de tolling se mostrou a melhor alternativa entre as disponíveis, considerando a situação atual das plantas e os cenários de risco”, afirmou a Petrobras, que afirmou estar prestando todos os esclarecimentos solicitado pelo TCU.