A Chevron vai desistir de comprar a Hess caso não consiga manter a participação no megabloco de petróleo Stabroek, na Guiana. O ativo tem mais de 11 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) em reservas recuperáveis e produz 620 mil barris de petróleo por dia.
Sócias na área exploratória, a operadora ExxonMobil e a CNOOC dizem que, em caso de transferência de controle, têm direito a adquirir a fatia da Hess no bloco. Isso porque uma cláusula no contrato permite bloquear a transferência de controle e exercer o direito de preferência em caso de venda do ativo ou mudança de um dos sócios.
Chevron e Hess entendem de outra forma e afirmam que a operação, da forma como foi concebida, não se encaixa na cláusula.
“A Chevron e a Hess acreditam que o Stabroek ROFR não se aplica à fusão devido à estrutura da fusão e à linguagem das disposições do Stabroek ROFR. Após o anúncio da fusão, a Exxon e a CNOOC informaram à Hess e à Chevron que discordam desse ponto de vista e acreditam que o Stabroek ROFR se aplica à fusão”, informou a Chevron em comunicado enviado aos acionistas.
Sem Guiana, sem negócio
A petroleira afirmou que as quatros empresas “têm se engajado em discussões construtivas” e que “acreditam que essas discussões resultarão em um resultado que não atrasará, impedirá ou evitará a consumação da fusão”.
No entanto, disse que pode buscar arbitragem caso não consigam resolver a questão. E que, se não tiver sucesso, vai desistir do negócio.
“Se as discussões com a Exxon e a CNOOC não resultarem em uma solução aceitável e a arbitragem (se for buscada) não resultar em uma confirmação de que o Stabroek ROFR é inaplicável à fusão, então haveria uma falha de uma condição de fechamento nos termos do acordo de fusão, caso em que a fusão não seria concluída”, afirmou a Chevron.
A Chevron anunciou em setembro passado a compra da Hess por US$ 53 bilhões (R$ 266 bilhões). Foi a segunda aquisição feita pela petroleira em 2023, que comprou a PDC Energy em maio por US$ 6,3 bilhões.
O acordo aconteceu menos de duas semanas após o anúncio da fusão da ExxonMobil e Pioneer e marca uma consolidação no mercado de shale gas (gás de xisto) dos EUA.