FPSO Petrojarl I liberado para produzir até 2023

O campo de Atlanta é o primeiro projeto 100% privado a produzir na Bacia de Santos
O campo de Atlanta é o primeiro projeto 100% privado a produzir na Bacia de Santos
O campo de Atlanta será o primeiro projeto 100% privado a produzir na Bacia de Santos. Foto: Cortesia Teekay

O Ibama emitiu licença de operação autorizando a produção do FPSO Petrojarl I, afretado pela Queiroz Galvão E&P com a Teekay, no campo de Atlanta, na Bacia de Santos. A licença é válida até 23 de abril de 2023 e a compensação ambiental do projeto foi fixada pelo órgão ambiental em R$ 1,66 milhão.

Recentemente, a Queiroz Galvão E&P confirmou recentemente que pretende iniciar neste mês a produção do FPSO Petrojarl I. O projeto será o primeiro desenvolvimento feito por uma operação 100% privada da bacia.  A expectativa é que a produção atinja 20 mil barris por dia de petróleo a partir de dois poços. Todo o petróleo será comprado pela Shell.

O Petrojarl I deve ser o segundo FPSO a entrar em operação em 2018 na Bacia de Santos. Há duas semanas, a Petrobras começou a produzir com o FPSO P-74, primeira unidade a produzir comercial em áreas da cessão onerosa, no campo de Búzios. Mais cinco FPSOs estão no planejamento da Petrobras para entrar em operação na região no segundo semestre. Abaixo, a ferramenta de dados de FPSOs da E&P Brasil indica o overview do setor.

E o que o SPA de Atlanta vai testar?

O projeto será um Sistema Antecipado de Produção, quando a empresa realiza o estudo prévio das reservas de petróleo e gás. O projeto tem como objetivo iniciar a produção comercial no campo, permitindo que se entenda melhor o comportamento do reservatório e a sua produtividade.

Através deste processo espera-se aumentar o entendimento das características do reservatório, melhorar a capacidade de previsão de produção e dar suporte às decisões para o desenvolvimento do Sistema Definitivo de Produção (SD). O sistema definitivo é uma plataforma de produção, que pode ser do tipo FPSO assim como Petrojarl I, que vai produzir por longo prazo. 

De um modo geral, a atividade de produção consiste em retirar do reservatório, através dos poços produtores de petróleo, uma “mistura” de óleo, gás e água. Essa “mistura” é enviada para o FPSO onde será processada de modo a separar cada uma das partes. O óleo será temporariamente armazenado no FPSO e após seu processamento será escoado para navios de transporte (navios aliviadores).

O gás separado será utilizado principalmente para gerar energia no próprio FPSO, não havendo previsão de queima de gás excedente. A água produzida será tratada e descartada no mar, atendendo as especificações estabelecidas pela legislação. Para garantir que essa água seja descartada com as características adequadas, há um sistema de monitoramento e controle. Se a água a ser descartada possuir propriedades perigosas ao meio ambiente, o sistema acionará um alarme e provocará a interrupção automática do descarte, com o retorno da água para novo tratamento.

E quem são os sócios de Atlanta?

O campo de Atlanta é operado pela QGEP com 30% de participação. A empresa tem como sócias a Barra Energia (30%) e a Dommo Energia (40%). O projeto é alvo de uma disputa societária.  A Dommo Energia (antiga OGX) chegou a anunciar em outubro do ano passado que havia vendido para a Azibras 30% de sua participação no projeto. A empresa com sede em Bermuda pagaria os cash calls em atraso acrescidos de valores relativos ao Capex até o primeiro óleo do projeto, totalizando aproximadamente US$ 33 milhões, além de pagamentos contingentes no montante de aproximadamente US$30 milhões. O anúncio abriu a disputa que agora se trava na Justiça

Veja abaixo a linha do tempo do projeto: