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Euronav planeja adicionar 120 navios a hidrogênio e amônia verde na frota

Maior empresa independente de petroleiros do mundo está comprando e expandindo a empresa de navegação sustentável CMB.Tech

Euronav adquire CMB.Tech e planeja 60 navios a hidrogênio e 60 a amônia verde na frota (Foto: Divulgação)
Euronav adquire CMB.Tech e planeja 60 navios a hidrogênio e 60 a amônia verde na frota (Foto: Divulgação)

BRASÍLIA — Maior empresa independente de petroleiros do mundo, a Euronav planeja adicionar 120 embarcações de zero emissão à sua frota após o investimento de US$ 1,15 bilhão na aquisição da empresa de transporte marítimo sustentável CMB.Tech.

Estão previstos 60 navios pequenos movidos a hidrogênio comprimido e 60 embarcações maiores movidas a amônia, todas impulsionadas por motores a combustão.

“Nossa meta é criar a nova CMB.Tech, a referência em navegação sustentável, criando valor por meio de uma frota diversificada e um forte foco na descarbonização”, disse Alexander Saverys, CEO da Euronav e da CMB.Tech a investidores na semana passada.

Nova frota

Segundo informações do portal Hydrogen Insight, as duas empresas belgas, que devem se fundir nos próximos meses após a aprovação dos acionistas, já operam cinco embarcações movidas a amônia e nove navios a hidrogênio, e têm mais 12 embarcações hidrogênio e 34 navios amônia encomendados.

Com a fusão, há previsão de adicionar 20 graneleiros movidos a amônia, 20 porta-contêineres, dez petroleiros e dez navios químicos.

Também pretende adicionar 20 embarcações de transferência de tripulação movidas a hidrogênio, 20 rebocadores, dez embarcações de operação de serviço para parques eólicos offshore e dez mini-graneleiros.

A frota combinada de 99 navios movidos a amônia e 83 navios a hidrogênio deve torná-la a maior operadora marítima de emissão zero do mundo.

O investimento total em ativos de baixo carbono e combustíveis verdes é calculado em US$ 3 bilhões a US$ 5 bilhões ao longo de cinco anos.

Todas as novas embarcações serão do tipo bicombustível e poderão ser abastecidas com diesel também.

Transição no frete marítimo

O frete marítimo é hoje responsável por mais de 80% do volume de comércio mundial e quase 3% dos gases de efeito de estufa (GEE) lançados na atmosfera, e tem pela frente um grande desafio na sua trajetória de descarbonização.

Embora a transição para combustíveis mais limpos esteja na sua fase inicial, com quase 99% da frota mundial ainda dependente de combustíveis convencionais, relatório da ONU classifica como promissor o dado de que 21% dos novos navios encomendados foram concebidos para combustíveis sustentáveis.

Pelas estimativas da Revisão do Transporte Marítimo 2023 (em inglês) serão necessários, anualmente, um montante adicional de US$ 8 bilhões a US$ 28 bilhões para descarbonizar os navios até 2050.

Já para desenvolver infraestrutura compatível com combustíveis neutros em carbono, o montante de recursos varia de US$ 28 bilhões a US$ 90 bilhões anuais até 2050.

As despesas anuais com combustíveis para alcançar o net zero podem aumentar entre 70% e 100%.

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