RIO — O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio (MDIC), Geraldo Alckmin, participou nesta sexta (15/12) do lançamento da pedra fundamental dos dois projetos de produção de hidrogênio verde na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Piauí.
As plantas da Green Energy Park e do grupo espanhol Solatio devem ter as obras iniciadas no fim de 2024, com a primeira etapa prevista para ser concluída em 2027, e as demais etapas até 2035.
A ideia é abastecer a União Europeia com energia limpa e produtos verdes.
“É um dia histórico. Estamos diante de um grande desafio do planeta (…) Precisamos descarbonizar. Aí surge o hidrogênio verde do Piauí”, afirmou Alckmin.
Os projetos de hidrogênio verde, que somam 20 GW de capacidade, serão instalados na ZPE do Parnaíba, e a produção de hidrogênio e amônia verde do Piauí escoada pelo futuro Porto de Luís Correia, ainda em construção.
“O Porto Piauí é um grande instrumento de desenvolvimento. O Brasil precisa de uma nova indústria inovadora e verde que é o que estamos vendo aqui”, disse o vice-presidente.
Ele destacou a aprovação, na Câmara dos Deputados, do relatório da reforma tributária, que inclui a desoneração para a cadeia de hidrogênio de baixa emissão de carbono.
“Acabou de ser aprovada a reforma tributária que desonera completamente investimentos. E desonera exportação, acaba com a cumulatividade. Vão impulsionar investimento e exportação”, completou.
Exportação e indústria verde
“Seremos uma potência de industrialização verde”, disse Rafael Fonteles, governador do Piauí.
Ele destacou o recente anúncio da presidente da Comissão Europeia Ursula Von der Leyen, que confirmou o aporte de 2 bilhões de euros para financiar a produção de hidrogênio verde no Brasil. Parte dos recursos serão destinados ao projeto da Green Energy Park, no Piauí.
O projeto terá capacidade de produzir 10 GW de hidrogênio limpo e amônia, que serão enviados para a ilha de Krk, na Croácia. A partir daí, o hidrogênio deverá abastecer consumidores industriais no Sudeste da Europa.
Fonteles, contudo, ressaltou que o objetivo é que o estado não exporte apenas o hidrogênio verde para a Europa, mas utilize o energético como matéria-prima de uma indústria verde na região Nordeste.
“Precisamos industrializar o Nordeste e o Piauí a partir das nossas vocações e a nossa vocação chegou, que é a indústria verde, não apenas a produção da molécula de hidrogênio verde que vai servir para o mundo todo, mas para sermos realmente os maiores fabricantes do mundo de produtos verde, fertilizante verdes, aço verde, produção de combustível de navios”, defendeu o governador.
O Piauí é hoje o terceiro maior produtor do país de energia solar e o quarto de energia eólica em terra. Além disso, o estado possui quatro empreendimentos de eólica offshore em processo de licenciamento junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), que juntos podem produzir cerca de 7 GW.