BRASÍLIA – Governos de mais de 100 países membros da Organização da Aviação Civil Internacional (Icao, em inglês) chegaram a um acordo na última sexta (24/11) para estabelecer meta de reduzir em 5% a intensidade de carbono do combustível usado nas aeronaves.
Segundo a Icao, o objetivo aspiracional coletivo é importante para avançar com políticas de descarbonização no transporte aéreo, que hoje responde por cerca de 3% das emissões globais de gases de efeito estufa.
Através da adoção de um novo Quadro Global da Icao para combustíveis sustentáveis de aviação (SAF), combustíveis de aviação com baixo carbono (LCAF) e outras energias mais limpas, os membros da organização deverão definir suas próprias estratégias para alcançar a meta.
Cada Estado membro informará sua capacidade de contribuir com o objetivo geral, mas não há obrigações.
O quadro adotado na última semana traz, além da visão coletiva para a transição para a energia limpa, recomendações para harmonizar regulações regionais, apoiar iniciativas de implementação e melhorar o acesso ao financiamento para iniciativas relacionadas, para que “nenhum país seja deixado para trás”.
“O papel do Quadro é facilitar a expansão do desenvolvimento e implantação de SAF, LCAF e outras energias mais limpas da aviação numa base global, e principalmente proporcionando maior clareza, consistência e previsibilidade a todas as partes interessadas, incluindo aquelas fora do setor da aviação”, explica o presidente do Conselho da Icao, Salvatore Sciacchitano.
A Icao argumenta que tanto investidores quanto governos precisam de maior clareza em relação às políticas e iniciativas de apoio à implementação de novos combustíveis.
Além de investimentos, para que todos os países tenham oportunidades iguais na transição.
“Alcançar emissões líquidas zero de carbono até 2050 exigirá investimento e financiamento substanciais e sustentados nas próximas décadas. Devemos, além disso, garantir apoio e capacitação fiáveis e acessíveis aos Estados com necessidades específicas, uma vez que deles dependerão para ajudar a desempenhar o seu papel”, defende o secretário-geral da Icao, Juan Carlos Salazar.