RIO – A demanda por etanol de segunda geração (2G), hoje, já é maior do que aquilo que a Raízen consegue atender, disse o presidente da companhia, Ricardo Mussa. O executivo destacou que o produto tem apresentado boas margens e preços, além de opções de contratos de longo prazo, sobretudo quando destinado à produção de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF), plásticos e polímeros.
“Hoje os prêmios são muito bons. Se não tivéssemos nenhuma limitação, estaríamos construindo mais plantas”, afirmou Mussa nesta terça (14/11), ao participar de coletiva de imprensa sobre os resultados financeiros da companhia no segundo trimestre da safra 2023/2024.
“A vontade é sempre fazer mais, mas temos que ter o pé no chão”, complementou o executivo, em referência à capacidade financeira e de pessoal da Raízen.
Ao todo, a empresa tem quatro plantas de etanol 2G em construção, além de mais dois projetos já anunciados e que ainda terão as obras iniciadas. Duas plantas têm início de operação previsto para 2024.
A companhia iniciou em outubro a operação da maior usina de etanol 2G do mundo, o Parque de Bioenergia Bonfim, na cidade de Guariba (SP).
O investimento no projeto foi de R$ 1,2 bilhão e a capacidade de produção é de 82 milhões de litros por ano. É a segunda usina de etanol 2G da companhia. A primeira fica no Parque de Bioenergia da Costa Pinto, em Piracicaba (SP).
Mussa ressaltou ainda que o etanol 2G tem conseguido capturar bons prêmios sobretudo no mercado europeu.
“É um produto que vem de um resíduo, é um biocombustível avançado, ou seja, ele não compete com o alimento”, explicou.
Raízen vê janela aberta para importação de diesel
Mussa comentou também sobre o cenário do mercado de diesel. Disse que a janela para importação do combustível está aberta, em meio à redução dos preços internacionais.
O executivo afirmou, no entanto, que as decisões sobre o aumento das importações vão depender do comportamento da Petrobras, a principal supridora do mercado brasileiro.
Segundo Mussa, a Raízen está buscando se aproximar da estatal em contratos de longo prazo.
“Tomamos a decisão de estarmos mais próximos da Petrobras”, disse.