RIO — O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta terça (7/11) que a companhia espera iniciar em 2024 os investimentos na modernização da Refinaria Riograndense, em Rio Grande (RS), para produção de combustíveis com conteúdo renovável.
O projeto foi anunciado em maio e tem um custo estimado pela estatal em R$ 45 milhões. A Refinaria Riograndense é uma parceria entre a Petrobras, Ultra e Braskem.
Esta semana, a estatal concluiu o primeiro teste em escala industrial para o processamento de uma carga de óleo 100% vegetal na unidade FCC – processo que converte o petróleo em correntes mais leves, como a gasolina.
Um segundo teste está previsto para junho de 2024 e inclui o coprocessamento de carga fóssil (gasóleo) com bio-óleo (óleo de pirólise de biomassa).
Se confirmado o êxito, a ideia é avançar para o investimento na modernização da refinaria. O contrato de licenciamento da tecnologia da Petrobras já está negociado entre as partes.
Inaugurada em 1937, a Refinaria de Petróleo Riograndense é a primeira refinaria do país e tem capacidade de processamento instalada de 17 mil barris/dia.
Produz, sobretudo, gasolina, óleo diesel, nafta petroquímica, óleo combustível, GLP (gás de cozinha). A atuação de mercado da empresa se concentra na região Sul.
Petrobras é “espinha dorsal” do abastecimento nacional
Em evento no Rio, o presidente da Petrobras afirmou a jornalistas que o diesel russo importado por tradings independentes deixou de ser competitivo, mais recentemente.
As importações de diesel russo, com descontos, aumentaram este ano, depois que entraram em vigor as sanções europeias ao produto da Rússia, em resposta à invasão à Ucrânia.
“O diesel da Rússia estava mais barato por ter sanção. A partir de certo momento, a sanção não compensa mais e parou de ser competitivo, a Petrobras vai se adaptando a essas situações”, disse.
O executivo reforçou ainda que a Petrobras é capaz de abastecer o mercado brasileiro de diesel de forma competitiva, a partir do próprio parque de refino, da estrutura de logística e da importação do produto.
“A Petrobras é a espinha dorsal do abastecimento nacional e continuamos sendo, sem cartelização ou dominação econômica”, disse.