A Compass concluiu nesta sexta-feira (3/11) a emissão de R$ 1,7 bilhão de debêntures vinculadas ao compromisso de atingimento de metas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança). É a primeira emissão do tipo no mercado de óleo e gás da América Latina.
O plano da comercializadora de gás do grupo Cosan é usar os recursos para investimentos e reforço do capital de giro. Os títulos terão prazo de sete anos e remuneração de 100% do CDI mais um spread de 1,55% ao ano.
Nesta remuneração já está incluído um incentivo de 0,25% ao ano, vinculado a duas metas ESG:
- Atingir o volume de 250 mil metros cúbicos/dia de biometano distribuídos até 2027 (500 mil metros cúbicos/dia até 2030); e
- Atingir 47% de pessoas que se enquadrem em critérios de diversidade em cargos de liderança até 2027 (50% até 2030).
“Para a Compass, o resultado da captação é um sinal de confiança do mercado em nossa governança e na capacidade de execução que orientam nossa gestão. Estamos realizando a primeira emissão de debêntures ESG do mercado de óleo e gás da América Latina. Com essa ação pioneira, buscamos seguir gerando valor para o mercado de gás no Brasil e para a sociedade”, afirma o CFO da Compass, Demétrio Magalhães.
De acordo com o Diretor de Relações Institucionais, Comunicação e Sustentabilidade da Compass, Adriano Zerbini, os compromissos integram a Estratégia ESG da Compass e fazem parte do esforço da companhia para atender aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável/Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Estamos dando materialidade aos nossos compromissos ESG. Colocamos a transição energética como centro de nossa estratégia de negócios, e acreditamos que com mais diversidade potencializamos nossa geração de valor”, explica Zerbini.
Metas de biometano
A Compass tem uma série de iniciativas em andamento para alcançar as metas definidas na venda das debêntures.
Em agosto, a companhia anunciou uma parceria com a Orizon, para formar uma nova empresa controlada da Compass, a Biometano Verde Paulínia. O objetivo é construir uma planta de biometano no aterro de Paulínia (SP). A planta deve produzir 150 mil metros cúbicos de biometano por dia assim que entrar em operação.
A Necta, empresa da Commit, outra controlada pela Compass, já começou a distribuir biometano de outras fontes em Presidente Prudente e Pirapozinho, no noroeste paulista.
“Nos últimos três anos investimos mais de R$ 9 bilhões na expansão da rede de distribuição de gás canalizado e na ampliação de nosso portfólio, permitindo, também, ampliar a penetração do biometano no mercado”, observa Magalhães. “Isso reforça o papel da Compass e do gás natural em viabilizar uma transição energética segura e eficiente.”
Metas de diversidade
Para alcançar as metas de diversidade, a Compass precisa ampliar para 47% a diversidade na liderança da empresa. Isso inclui pessoas do gênero feminino, que hoje ocupam 36% dos cargos de liderança, e pessoas do gênero masculino: autodeclaradas negras (pretas ou pardas), pessoas com deficiência; representantes da comunidade LGBTQIAPN+; e diversidade etária considerando a geração igual ou superior a 60 anos.
O objetivo abrange todas as operações e/ou subsidiárias da Compass que estejam sob seu controle, o que inclui a Comgás, a Sulgás, a Necta, a Commit, o TRSP e a própria Compass. As posições de liderança compreendem desde o nível de coordenação até o de CEO.
“As práticas ESG guiam as iniciativas da Compass desde a origem da companhia. Nossa trajetória de sustentabilidade vem sendo construída sobre três pilares: viabilizar uma transição energética segura e eficiente (E), desenvolver as pessoas e a sociedade (S) e promover um mercado de gás amplo, transparente e competitivo (“G”)”, afirmou Zerbini.