Leilões

Semelhança com Namíbia não garante sucesso na Bacia de Pelotas, diz gerente da Petrobras

Empresa já avaliou o potencial de Pelotas, no passado, sem sucesso; país africano teve grandes descobertas de óleo e gás recentes

Cerimônia de abertura da OTC Brasil 2023. Foto: IBP
Cerimônia de abertura da OTC Brasil 2023. Foto: IBP

RIO — O gerente-geral de Dados de Exploração e Tecnologia Aplicada da Petrobras, Otaviano da Cruz Pessoa Neto, disse nesta terça (24/10) que as descobertas mais recentes de petróleo na Namíbia, na costa oeste africana, não são garantias de sucesso exploratório na Bacia de Pelotas, na região Sul do Brasil.

A margem oeste do continente africano possui uma evolução geológica similar à da costa sul-americana.  O gerente lembrou, contudo, que, embora Pelotas se trate de uma bacia ainda pouco perfurada, as análises de dados da companhia, no passado, sugerem que as descobertas do outro lado do Oceano Atlântico não se confirmaram no Brasil até o momento.

O sucesso exploratório na Namíbia tem despertado o interesse de petroleiras pelo Uruguai, na expectativa de que as descobertas no país africano possam ser reproduzidas no pequeno litoral uruguaio; e, agora, volta a colocar Pelotas no radar.

Membros da alta administração da Petrobras têm sinalizado recentemente que Pelotas é uma das bacias que a companhia avalia no 4º Ciclo da Oferta Permanente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), cuja sessão de ofertas está marcada para 13 de dezembro.

Ao todo, 12 setores na Bacia de Pelotas foram incluídos no leilão deste ano, após manifestação prévia de interesse do mercado pela região – o que não é garantia de que as áreas serão, de fato, negociadas.

Questionado sobre o interesse da Petrobras, Pessoa Neto lembrou que a empresa já avaliou o potencial de Pelotas, no passado, sem sucesso. Ele não confirmou se a petroleira apresentará ou não ofertas pelos ativos da bacia, no leilão.

“[Pelotas] tem seus riscos. A Petrobras já esteve lá, enfrentou suas dificuldades e agora [a bacia] está no mercado de novo. Vamos ver se ela vai ser plano de área para alguma companhia, não sei se a Petrobras vai fazer esse movimento”, disse, a jornalistas, na Offshore Technology Conference (OTC), no Rio de Janeiro.

O gerente da Petrobras mencionou que, no passado, após grandes descobertas de óleo e gás na costa oeste africana, a petroleira brasileira chegou a avaliar se elas poderiam se repetir no Brasil.

“Quando as descobertas na margem africana aconteceram, as empresas que fizeram essas descobertas procuraram a Petrobras atrás dos equivalentes [no Brasil]. A Petrobras foi aos dados para processá-los e ver se eles respondiam da mesma forma que na margem africana e isso não aconteceu”, comentou.

A Bacia de Pelotas não tem hoje uma concessão sequer sob contrato e não é perfurada desde 2001 – justamente pela própria Petrobras.

A última vez que algum bloco exploratório de Pelotas foi arrematado num leilão da ANP foi há quase duas décadas, na 6ª Rodada de concessões, de 2004.

Margem equatorial segue como plano A

Pessoa Neto reforçou que a Margem Equatorial é a grande aposta da Petrobras, como nova fronteira exploratória.

“Não há razão para não acreditar que a Margem Equatorial não será a nova fronteira, para garantir a segurança energética do país”, afirmou.

Questionado se os planos de perfurar 16 poços na região entre 2023-2027 estão mantidos, mesmo com as dificuldades para obtenção da licença ambiental na Bacia Foz do Amazonas, o gerente disse que “os passos estão sendo dados” para execução do planejamento.

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