Prefeito do Rio diz que cidade não tem ônibus elétrico porque já trabalhou na BYD

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse nesta quarta-feira (19/10) que o município não compra ônibus elétricos porque ele já trabalhou na BYD e quer evitar acusações de favorecimento caso a empresa ganhe uma licitação. O político falou sobre o tema ao responder a uma mensagem em sua rede social.

“Prezado Senhor, adoraria ter comprado ônibus elétricos. Problema é que durante 4 anos eu fui vice-presidente da BYD para toda a América Latina. E a BYD é a única empresa que faz ônibus articulado elétrico. Aí eu fazia uma licitação e a BYD ganhava e iam dizer que eu tinha armado. Infelizmente esse é o Brasil que só acusa e aponta o dedo. Portanto, fomos de diesel EURO-6 por esse motivo. Eu é que não ia correr o risco de ter que ficar me explicando para os tribunais de acusação do Brasil. Tô fora! Fui”, escreveu Paes.

Paes trabalhou na BYD em 2018, comandando as operações da montadora chinesa na América Latina. Ele saiu para disputar o governo do Estado, em outubro daquele ano, e voltou em 2019 após a derrota na eleição.

Neste mês de outubro, chegaram os primeiros ônibus articulados de um total de 337 veículos comprados pela Prefeitura do Rio. Todos usam motores compatíveis com a norma Proconve P-8, equivalente ao Euro 6 – regulamentação da União Europeia que estabelece limites máximos de emissão de gases poluentes pelos veículos movidos a diesel.

Esses motores prometem uma redução de até 80% nas emissões de gases poluentes em comparação com os modelos mais antigos, atualmente em circulação no Rio.

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Licitação de ônibus no Rio

Os ônibus foram comprados em 2022, em um total de 600 veículos a diesel para operar no sistema BRT. Cerca de metade foi adquirida da empresa Guanabara Diesel, controlada por Jacob Barata.

Foram três licitações. Na primeira, em 1º de abril, 191 ônibus foram adquiridos, incluindo 120 articulados e 71 do modelo padrão. A segunda licitação, em 27 de maio, resultou na compra de mais 100 ônibus articulados. A terceira licitação aconteceu em 17 de novembro, com a compra de mais 270 ônibus, que têm capacidade mínima para 180 passageiros.