BRASÍLIA – A produtora de etanol Raízen assinou um acordo com a Wärtsilä, fornecedora de equipamentos navais, para estudar a aplicação do etanol como combustível marítimo.
O chamado Acordo de Descarbonização prevê testes usando o renovável como combustível principal nos laboratórios de motores Wärtsilä Sustainable Fuels.
Um dos objetivos é apoiar a Raízen em discussões com projetistas e armadores de navios, e também sobre regulamentações e requisitos de conformidade para o uso de etanol celulósico (E2G).
“O etanol é um promissor combustível marítimo prontamente disponível”, afirma Paulo Neves, vice-presidente de Trading da Raízen.
“Ao colaborarmos com a Wärtsilä, esperamos apoiar os esforços globais de descarbonização do setor marítimo, com o etanol sendo uma contribuição viável para um portfólio de soluções de baixo carbono”, completa.
Descarbonização do frete marítimo
Responsável por cerca de 3% das emissões globais de GEE, o transporte marítimo adotou este ano a estratégia da Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês), que visa reduzir as emissões de carbono do transporte marítimo internacional em 40% até 2030 e 70% até 2050 em relação aos níveis de 2008.
O programa de descarbonização de frota da Wärtsilä avalia uma série de soluções sustentáveis para aumentar a eficiência de motores e apoiar o corte de emissões de operações marítimas.
No caso do etanol, ao substituir o combustível fóssil usado nos navios, as emissões de CO2 podem ser reduzidas em até 80% em uma rota padrão do Brasil para a Europa, de acordo com estudos preliminares da Raízen.
“Na Wärtsilä, estamos investindo pesadamente no desenvolvimento de tecnologias, motores e soluções voltadas para combustíveis marítimos de baixo e zero carbono. Este acordo com a Raízen é mais um exemplo”, comenta Stefan Nysjö, vice-presidente de fornecimento de energia da Wärtsilä Marine Power.