RIO — O Brasil deve emergir como um dos países produtores de biometano com crescimento mais acelerado no mundo, nos próximos anos, destaca o relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) sobre as perspectivas de médio prazo para o mercado de gás, divulgado nesta terça (10/10).
A IEA cita que o mercado de biometano “ainda está em sua infância no Brasil”, mas que o país deve se tornar o quinto maior produtor do gás renovável do mundo em cinco anos.
A agência estima que o Brasil representará mais de 10% do fornecimento incremental de biometano no mercado global até 2026.
A expectativa é que a produção mundial do gás renovável cresça mais de 65% entre 2022 e 2026 e que Europa e a América do Norte continuem como os principais impulsionadores desse crescimento.
A entidade cita, como referência, projeções de estudo publicado pela epbr em 2022 feito pela Associação Brasileira do Biogás (Abiogás) e pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), segundo o qual a produção brasileira de biometano poderia mais que quadruplicar até 2027, para cerca de 0,8 bilhões de m3/ano (cerca de 2,2 milhões de m3/dia).
Mais recentemente, a Abiogás fez um mapeamento entre as empresas associadas e identificou um volume de 800 mil a 1 milhão de m3/dia para entrar em operação até o final de 2024, chegando na casa dos 6 milhões de m3/dia até 2029, com 86 plantas de produção.
O Brasil conta, hoje, com seis plantas de biometano autorizadas a operar e comercializar o gás. Elas produzem cerca de 200 mil m3/dia, na média do acumulado do ano (até agosto) – a maior parte desse volume oriundo de aterros sanitários.
Outras 13 unidades, contudo, estão em processo de autorização junto à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Elas somam uma capacidade instalada de 421 mil m3/dia.