Gás Natural

Gás de Vaca Muerta é competitivo em diversos mercados, diz Pan American Energy

Escala e capacidade são diferenciais do gás não convencional argentino, diz Alejandro Catalano Dupuy, diretor da PAE, que tem blocos na região

Gás de Vaca Muerta é competitivo em diversos mercados, segundo o diretor para o Brasil da Pan American Energy (PAE), Alejandro Catalano Dupuy (Foto: Divulgação)
Diretor para o Brasil da Pan American Energy (PAE), Alejandro Catalano Dupuy (Foto: Divulgação)

O gás natural produzido nas reservas não-convencionais de Vaca Muerta, na Argentina, é competitivo para atender a diversos mercados na região, defende o diretor para o Brasil da Pan American Energy (PAE), Alejandro Catalano Dupuy. A companhia é a maior produtora privada de gás na Argentina, com presença em oito blocos na região de Vaca Muerta.

Localizada na Patagônia argentina, Vaca Muerta tem a segunda maior reserva de gás não-convencional do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Hoje, além de atender o mercado local, o gás passou a ser exportado para o Chile. Este ano, os governos argentino, brasileiro e boliviano passaram a conversar sobre a possibilidade de criar uma rota de exportação do gás argentino por meio do Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol).

Segundo o diretor da PAE, no entanto, para que a produção de Vaca Muerta chegue ao mercado brasileiro, vão ser necessárias mudanças em gasodutos, que dependem de outros players. A conexão regional depende de ampliações nas redes de dutos argentina e brasileira, além de alterações de direção em gasodutos bolivianos.

Mesmo assim, segundo Catalano, a escala e a capacidade de produção de Vaca Muerta fazem com que esse gás possa chegar ao Brasil de forma competitiva.

“A capacidade de Vaca Muerta é de quatro vezes o consumo da Argentina pelos próximos 20 anos, então esse gás naturalmente vai ter que sair dali e pode abastecer os países da região ou o restante do mundo”, disse.

A PAE tem ativos em operação na Argentina, México e Bolívia, com uma produção total de petróleo e gás natural de 237 mil barris/dia.

Estreia em eólica no Brasil

A companhia estreou recentemente no mercado brasileiro. O foco no Brasil, no entanto, está na geração de energia renovável A empresa iniciou em 2023 a construção do complexo eólico Novo Horizonte, na Bahia, com investimento total previsto em R$ 3 bilhões.

Com 10 parques e 94 aerogeradores, o complexo terá 423 megawatts (MW) de capacidade instalada, além de uma subestação própria e uma linha de transmissão de 79 quilômetros para conexão ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A previsão é de início da operação em 2024.

A empresa analisou mais de 30 projetos antes de decidir pelo investimento em Novo Horizonte. No momento, a companhia avalia a possibilidade de entrar em um projeto de geração solar fotovoltaica na mesma região, com capacidade de geração similar.

Segundo o diretor, a PAE tem apetite para ampliar o portfólio brasileiro para até 3 gigawatts (GW) nos próximos anos, em projetos desenvolvidos do zero ou aquisições.

“Dentro da transição energética, a Pan American entrou no Brasil para crescer em renováveis”, destaca Catalano.