A Emirates anunciou nesta segunda (2/10) um acordo com a Shell Aviation para o fornecimento de mais de 300 mil galões de combustível sustentável de aviação (SAF, em inglês) misturado ao querosene de petróleo para uso em seu hub internacional em Dubai (DXB), nos Emirados Árabes.
Segundo o acordo, a primeira entrega de SAF deve ocorrer antes do fim do ano. Este será o primeiro fornecimento de SAF por meio do sistema de abastecimento do aeroporto DXB.
Também está previsto o rastreamento da origem e entrega do SAF por meio da plataforma blockchain Avelia, mantida pela Shell Aviation e Accenture, que permite operações book and claim (veja o glossário abaixo).
A Emirates vai usar a plataforma para adquirir o biocombustível e verificar seus atributos ambientais. O objetivo da companhia é descarbonizar suas emissões de Escopo 1.
Já os atributos ambientais de Escopo 3 associados ao mesmo SAF físico serão adquiridos pela Shell Corporate Travel para ajudar a descarbonizar suas viagens de negócios.
Decolando com SAF
Como um combustível drop-in, compatível com a frota de aeronaves e infraestruturas aeroportuárias atuais, o SAF pode ser misturado com combustível de aviação convencional numa proporção de até 50%.
Por ter origem em matérias-primas renováveis e residuais, as emissões de carbono no ciclo de vida do SAF são significativamente menores que as do querosene convencional, feito de petróleo.
Na sua forma pura, o SAF pode reduzir as emissões no ciclo de vida em até 80% em comparação com o combustível de aviação convencional.
No início deste ano, a Emirates concluiu o primeiro voo de demonstração com 100% de SAF na região. A companhia utiliza o combustível sustentável em misturas com o fóssil desde 2017, quando o primeiro voo partiu de Chicago, operado por uma aeronave Boeing 777. A companhia aérea também utilizou SAF em voos de Estocolmo e atualmente opera voos de Paris, Lyon e Oslo com o renovável misturado.
Glossário
Book and claim: modelo de cadeia de custódia em que o registro de compra do combustível não necessariamente se conecta ao local onde está o produto.
Combustíveis drop-in: são combustíveis semelhantes na molécula, equivalentes aos combustíveis fósseis e totalmente compatíveis com a infraestrutura já existente.
Escopos 1, 2 e 3: emissões de escopo 1 são resultado direto das atividades; escopo 2, do consumo de energia e escopo 3, da cadeia de suprimentos e produtos.