RIO — A Petrobras não descarta a possibilidade de investir em minerais críticos para a transição energética, como terras raras e lítio, segundo o diretor executivo de Transição Energética da companhia, Maurício Tolmasquim.
“As terras raras são fundamentais para as baterias, tem os ímãs para fazer os aerogeradores, lítio. Temos alguns desses materiais que podem ser importantes no Brasil. Não estamos fechados a isso, mas não temos agora na Petrobras nenhuma iniciativa concreta em relação a isso”, disse a jornalistas em evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com a Amcham, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (28/9)
Tolmasquim esclareceu que a atuação em minerais críticos não está incluída no memorando de entendimento assinado com a Vale. As companhias assinaram um acordo na manhã desta quinta para avaliar oportunidades conjuntas no segmento de baixo carbono.
Parceria com a Vale
Segundo o diretor, duas áreas importantes na parceria com a Vale são biocombustíveis e captura e armazenamento de carbono. A meta é apresentar metas concretas até julho de 2024.
“Mas estamos no início de conversas. Se identificarmos negócios concretos, vão ter que passar pela governança de ambas as empresas, que são rigorosas. Estamos no início do processo”, disse.
O diretor citou a possibilidade de a siderúrgica usar metanol como combustível marítimo e e amônia verde em locomotivas, para transporte de minérios.
“A Vale e a Petrobras são gigantes e juntá-las em empreendimentos que interessem a ambas, dá escala”, disse.
Ele lembrou ainda que as barreiras da Europa quanto as importações de produtos com altos níveis de emissões motiva a indústria siderúrgica a buscar soluções de descarbonização.
Hidrogênio verde
Em relação ao hidrogênio verde, Tolmasquim citou também um estudo publicado recentemente pela Bloomberg que apontou que o Brasil pode ser o produtor mais barato de hidrogênio ao fim da atual década.
“O hidrogênio é o ‘game changer’ para o Brasil, para a indústria de petróleo”, disse.
Segundo o executivo, a Petrobras vai enviar um grupo de funcionários para a China para analisar a produção de eletrolisadores, equipamentos usados na produção de hidrogênio. Para Tolmasquim, a expectativa é de queda no preço desses equipamentos.
“Acabei de voltar da China e os preços dos eletrolisadores lá não têm nada a ver com a Europa. Em quatro, cinco meses eles entregam, não é nada impossível de acontecer”, disse.
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