A Petrobras pretende iniciar em setembro a produção, a partir de um Teste de Longa Duração (TLD), da descoberta de Farfan, na área do bloco exploratório SEAL-M-426, em águas ultraprofundas da Bacia de Sergipe-Alagoas. O TLD será realizado pelo FPSO BW Cidade de São Vicente, que atualmente está na Bacia de Santos, e vai durar seis meses. Ali do lado, a Agência Nacional do Petróleo vai licitar amanhã (29/3) sete blocos exploratórios com área total de 5.283 km².
A região de águas ultraprofundas de Sergipe é uma aposta de governo e também das petroleiras, onde existem atualmente nove poços perfurados e cinco Planos de Avaliação da Descoberta (PAD) em andamento. Em águas profundas,29 poços foram perfurados na última década, com 21 poços encontrando hidrocarbonetos.
A Bacia de Sergipe é uma tradicional produtora de petróleo offshore em águas rasas. A Petrobras está atualmente vedendo, em seu programa de desinvestimentos, os campos de Caioba, Camorim, Dourado, Guaricema e Tatuí. A empresa passou a última década tentando licenciar projetos de revitalização para os campos, mas acabou não conseguindo licença do Ibama.
O TLD da Petrobras será feito na área do bloco exploratório SEAL-M-426, que é vizinho dos blocos SEAL-M-501 e SEAL-503, arrematados na 14ª rodada da ANP pelo consórcio ExxonMobil (50%), Queiroz Galvão E&P (30%) e Murphy Oil (20%). O consórcio ofertou R$ 67 milhões e R$ 42 milhões pelas áreas, respectivamente.
Tanto ExxonMobil, quanto Queiroz Galvão e Murphy estão inscritas para a 15a rodada. Não será surpresa se as empresas voltarem a forma o mesmo consórcio para disputar áreas em Sergipe. Aliás, a ExxonMobil está apostando aqui e não no Golfo do México? Nos leilões de 2017, a petroleira norteamericana foi parceira da Petrobras e da Statoil em áreas do pré-sal nas bacias de Campos e Santos. Não entrou, contudo, no leilão desta semana no Golfo do México.