A Agência Nacional do Petróleo (ANP) acredita que o modelo de monetização de gás natural aplicado com sucesso pela Eneva na Bacia do Parnaíba pode ser replicado na Bacia do Paraná. A agência licita amanhã (29/3) a concessão de 13 blocos exploratórios na bacia. As áreas, que tem propensão para gás natural, estão próximas da Unidade de Fertilizantes III, que a Petrobras está vendendo em seu plano de desinvestimento, e das térmicas Luiz Carlos Prestes e Wiliam Arjona.
A agência estima que as áreas na Bacia do Paraná, que estão na parte sul-mato-grossense da bacia, podem ter até 4 TFC (trilhões de pés cúbicos, siga em inglês) de gás in place não riscado. A agência acredita ainda que o risco exploratório na região é reduzido por conta das boas condições de imageamento sísmico.
A agência contratou a Global para fazer levantamento sísmica 2D na região. Há bastante sísmica cobrando as áreas que serão licitadas amanhã pela ANP.
Repetir o sucesso do modelo de monetização de gás natural do Parnaíba já está nos planos da própria Eneva, que recentemente comprou o campo de Azulão, na Bacia do Amazonas. A empresa pretende replicar lá o modelo que usa no Parque dos Gaviões, principal polo terrestre de produção de gás do país, na Bacia do Parnaíba, onde a ANP vai licitar oito blocos exploratórios.
A ANP estima que as áreas, que estão próximas do Parque dos Gaviões, área da Eneva que produz algo em torno de 8 milhões de m3 por dia de gás natural, tenham 3,5 TFC (trilhões de pés cúbicos, siga em inglês) de gás in place não riscado. As áreas estão no mesmo contexto geológico das descobertas feitas pela Eneva.
E quem vai bidar em terra?
Pela primeira vez desde a criação da ANP o leilão em terra será oficialmente separado do leilão offshore. Na prática, já eram duas concorrências que atraiam empresas e motivações bastantes distintas. Com a exceção da Petrobras, é claro, que atua em todos os segmentos no Brasil.
Sociedade empresária | Inscrição TERRA | Ata da CEL | DOU | |
1 | COBRA BRASIL SERVIÇOS, COMUNICAÇÕES E ENERGIA S.A. | Inscrita | Ata nº 02, de 21/02/2018 | 22/02/2018 |
2 | OURO PRETO ENERGIA ONSHORE S.A. | Não Inscrita | Ata nº 03, de 05/03/2018 | 06/03/2018 |
3 | PARNAÍBA GÁS NATURAL | Inscrita | Ata nº 02, de 21/02/2018 | 22/02/2018 |
4 | PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. PETROBRAS | Inscrita | Ata nº 02, de 21/02/2018 | 22/02/2018 |
5 | ROSNEFT BRASIL E&P LTDA. | Inscrita | Ata nº 02, de 21/02/2018 | 22/02/2018 |
A PGN, controlada pela Eneva, já possui ativos na Bacia do Parnaíba e é sempre candidata natural a bidar por ativos na região. No último leilão – realizado em setembro do ano passado – arrematou sozinha cinco blocos exploratórios na bacia.
No mercado existe grande especulação sobre o interesse dos russos no Parnaíba. A Rosneft chegou a se inscrever no último leilão, mas acabou desistindo de participar. Os russos estão operando hoje 13 ativos exploratórios com potencialidade para gás natural na Bacia do Solimões, onde adquiriram blocos da antiga HRT, petroleira comandada por Márcio Mello.