Biocombustíveis

Geração de energia com biomassa cresceu 7% de janeiro a julho de 2023

Setor sucroenergético gerou 9,76 milhões de MWh de energia elétrica; até o final do ano, biomassa deve instalar 457 MW, projeta Unica

Geração de energia com biomassa aumentou 7% de janeiro a julho deste ano de 2023. Na imagem: Vista da termelétrica a biogás da Raízen Geo Biogás, em Guariba (SP), a 1ª usina do Brasil a gerar energia elétrica em escala comercial com resíduos de cana-de-açúcar (Foto: Divulgação)
Termelétrica a biogás da Raízen Geo Biogás, em Guariba (SP) é a 1ª usina do Brasil a gerar energia elétrica em escala comercial com resíduos da cana (Foto: Divulgação)

BRASÍLIA – A geração de energia a partir de biomassa cresceu 7,1% nos primeiros sete meses de 2023 em comparação ao mesmo período do ano passado, mostra levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica).

Segundo a associação, o setor sucroenergético gerou 9,76 milhões de MWh de energia elétrica para a rede nacional entre janeiro e julho de 2023 – o equivalente a 14% de toda energia gerada por Itaipu no ano passado.

“A cana – bagaço e palha – é a principal fonte de geração de energia elétrica com biomassa no país. Ela representou 71% de toda energia gerada a partir de biomassa, que totalizou 13,8 milhões de MWh entre janeiro e julho deste ano”, afirma Zilmar Souza, gerente de Bioeletricidade da Unica.

A capacidade instalada outorgada e em operação no país é de 197.299 MW. Desse total, 82,7% é proveniente de origens renováveis, de acordo com dados de setembro.

A biomassa totaliza 17.323 MW da capacidade instalada, representando 8,8% da matriz elétrica do Brasil. Sozinha, ela ocupa a quarta posição, atrás das fontes hídrica, eólica e gás natural.

A Unica estima que, até o final do ano, a biomassa deve instalar 457 MW, representando 4,3% do total de acréscimo neste ano na matriz elétrica brasileira (10.730 MW). A expansão será liderada pela energia eólica e a solar, representando 51,3% e 33,5% do crescimento.

“Quando olhamos para frente, de 2023 a 2026, a fonte biomassa deverá acrescentar 1.692 MW à matriz elétrica brasileira, em 31 projetos de outorga que têm viabilidade alta ou média de entrada em operação comercial até 2026, significando um média anual de 423 MW no período”, projeta Souza.

“Trata-se de uma solução de energia sustentável e segura para a matriz elétrica, que esperamos seja cada vez mais bem-vinda e estimulada”, completa.

Nos últimos quinze anos (2008 a 2022), a fonte biomassa acrescentou, em média, 819 MW novos a cada ano, totalizando 12.282 MW a mais na matriz elétrica brasileira, superior à capacidade instalada atualmente pela Usina Belo Monte (11.233 MW), a maior hidrelétrica 100% brasileira.