Energia Eólica

Petrobras registra primeiro projeto de eólica offshore flutuante do Brasil

Empreendimento em Cabo Frio (RJ) pode ser teste para futuros parques eólicos nas áreas de plataformas desativadas da companhia

Petrobras anuncia primeiro projeto de eólica offshore flutuante do Brasil, na costa de Cabo Frio (RJ). Na imagem: Três turbinas eólicas offshore flutuantes do projeto WindFloat Atlantic instaladas ao largo de Viana do Castelo, em Portugal (Foto: Linkedin Principle Power)
Eólicas offshore flutuantes do projeto WindFloat Atlantic instaladas ao largo de Viana do Castelo, em Portugal (Foto: Linkedin Principle Power)

Um dos projetos eólicos offshore anunciados nesta quarta-feira (13/9) pela Petrobras fica na costa do Rio de Janeiro, onde tem a maior parte de sua produção de óleo e gás. E é o primeiro empreendimento flutuante entre os que estão em processo de licenciamento ambiental no Ibama.

O parque ficará a 42 km do litoral de Cabo Frio, em profundidade d´água entre 120 e 160 metros. Acima de 100 metros, não é possível utilizar fundações fixas, cravadas diretamente no solo marinho.

O empreendimento terá 3,2 GW. de capacidade instalada, distribuídos por 178 aerogeradores de 18 MW cada.

Arena O&M apresenta Parque Eólico Offshore Cabo Frio durante o Brazil Windpower, em São Paulo
Parque Eólico Offshore Cabo Frio

Segundo o diretor de Transição Energética da Petrobras, Maurício Tolmasquim, esse parque pode ser o primeiro teste para novos empreendimentos nas áreas de plataformas de petróleo desativadas na costa brasileira.

“Então, a gente está entrando num novo desafio. Esse parque é importante porque pode ser uma alternativa. No Nordeste, a Petrobras tem campos que serão desativados, e a transição justa inclui trabalhos que vão abarcar e realocar o recurso humano para essas plataformas”, afirmou.

“A tecnologia para eólicas flutuantes vem se desenvolvendo muito rapidamente e apresenta vantagens na sua construção e instalação, uma vez que pode ser montada em um porto, na costa, e rebocadas até o local de instalação, sem necessidade de embarcações específicas para instalação de aerogeradores no mar. A viabilização de projetos com estruturas flutuantes abrirá possibilidades de integração e fornecimento de energia para as nossas plataformas de produção”, disse Tolmasquim.

Testes em laboratório

A companhia já está testando estruturas flutuantes de suporte a turbinas em parceria com a Escola Politécnica da USP e o Laboratório de Tecnologia Oceânica da COPPE/UFRJ.

Em agosto, foram realizados testes com aerogerador em estrutura semissubmersível em escala reduzida. O cenário de aplicação reproduziu as condições ambientais e de mar típicas do pré-sal da Bacia de Santos, onde a tecnologia poderá ser implementada em etapa posterior, se comprovada sua viabilidade técnica e econômica.

Em escala real, a capacidade de cada sistema flutuante será de até 15 MW, o que representa de 10% a 30% da energia elétrica necessária para abastecer uma plataforma do pré-sal. Em uma aplicação offshore, os pesquisadores analisam o cenário de conexão do equipamento de geração eólica à plataforma ou a um sistema submarino – posicionado em águas profundas – por meio de um cabo elétrico (chamado umbilical elétrico) para prover a energia elétrica de baixo carbono para ativos de produção de petróleo e gás.