Combustíveis e Bioenergia

Brasil se torna um dos cinco maiores mercados de refinarias russas

Veja ranking dos países que mais compram derivados de petróleo da Rússia

 Com importação recorde de diesel, Brasil se torna um dos cinco maiores mercados de refinarias russas. Na imagem: Refinaria de petróleo em Moscou, na Rússia (Foto: Kishjar?/Wiki Commons)
Brasil se tornou um dos cinco maiores mercados das refinarias russas (Foto: Kishjar?/Wiki Commons)

RIO – Com a importação de volumes recordes de diesel da Rússia em 2023, o Brasil se tornou este ano um dos maiores mercados das refinarias russas – que vêm buscando rotas comerciais alternativas em meio às sanções da União Europeia e do G7.

Nos últimos meses, o mercado brasileiro se consolidou como um dos cinco principais destinos de derivados de petróleo daquele país, de acordo com dados da S&P Global Commodity Insights.

O Brasil entrou na lista dos dez principais mercados de produtos refinados russos ainda em janeiro.

Em abril, quando as importações começaram a se acentuar, o Brasil passou a figurar entre os cinco principais destinos. Foi a partir de meados de junho, contudo, que o Brasil se consolidou entre os cinco maiores importadores de derivados russos.

A Turquia é a líder absoluta.

Brasil, Índia, Emirados Árabes Unidos, China, Grécia, Singapura, Malásia e Arábia Saudita, por sua vez, se alternam entre os cinco principais mercados da Rússia ao longo de 2023.

Veja o ranking dos países que mais importam derivados russos desde 2022, de acordo com dados da S&P Global Commodity Insights (em inglês).

 

A mudança nos fluxos do mercado global

A Rússia se tornou o maior fornecedor de diesel no Brasil desde abril, superando a liderança histórica dos EUA.

Historicamente pouco relevantes, as importações do diesel de origem russa dispararam nos últimos meses, em meio a mudanças no fluxo do comércio global de combustíveis desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022.

Estrangulada por sanções das potências ocidentais, a Rússia tem buscado novos mercados e oferecido descontos aos compradores.

Os descontos sobre o petróleo e derivados russos atraíram o interesse de países sobretudo da Ásia. Mas a guerra da Ucrânia redesenhou por completo a dinâmica do mercado e na América Latina não foi diferente.

Em agosto, o presidente da Vibra Energia, Ernesto Pousada, disse que a importação de diesel russo, com desconto, havia se tornado uma tendência estrutural no mercado brasileiro – mas que esperava uma janela de oportunidade mais estreita para importação da Rússia, neste momento, porque os preços internacionais do diesel estão acima do teto definido pelas sanções da Europa e EUA.

Nesse contexto, os produtos russos acabam migrando para mercados onde as sanções são menos relevantes.

De fato, o desconto do diesel importado da Rússia tem sido menor. E o consumo de derivados russos desacelerou em agosto, à medida que a Petrobras aumenta a produção em suas refinarias, para para fazer frente à alta esperada da demanda com o escoamento mais intenso da safra das commodities agrícolas nos próximos meses, segundo os dados da S&P Global Commodity Insights.