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Petrobras entra no mercado voluntário de carbono com a compra de 175 mil créditos

Títulos foram gerados a partir da preservação de 570 hectares da floresta amazônica

Petrobras adquire créditos de carbono gerados a partir da preservação de 570 hectares da floresta amazônica. Na imagem: Grande volume denso de árvores na Floresta amazônica cortada por rio em dia ensolarado (Foto: Anderson Coelho/E+/Getty Images)
Iniciativa selecionará projetos que poderão receber até R$ 100 mil para desenvolver ações socioambientais (Foto: Anderson Coelho/E+/Getty Images)

A Petrobras anunciou nesta terça (5/9) sua entrada no mercado voluntário de carbono com a compra de 175 mil créditos do projeto Envira Amazônia – sediado no município de Feijó, no Acre. A operação corresponde à preservação de uma área de 570 hectares da floresta amazônica – do tamanho de cerca de 800 campos de futebol como o do Maracanã.

Cada título equivale a uma tonelada de gases de efeito estufa (GEE) evitada.

Segundo a companhia, além de preservar a floresta, o projeto também desenvolve ações com as comunidades da região.

O Plano Estratégico da Petrobras 2023-27 prevê outras operações no mercado de carbono, somando investimentos de até US$ 120 milhões em aquisição de créditos até 2027.

“Acreditamos no mercado de carbono como um importante instrumento no combate às mudanças climáticas e sabemos que o Brasil tem um imenso potencial para liderar esse segmento, justamente por ser um dos países com maior biodiversidade do mundo”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

Ainda de acordo com a petroleira, a compensação das emissões no mercado voluntário de carbono é complementar à sua estratégia de descarbonização, que inclui redução de emissões nas operações, projetos de energias renováveis, biorrefino e captura e armazenamento de carbono (CCS), entre outras ações.

Além disso, o próximo Plano Estratégico 2024-28, atualmente em desenvolvimento, deve trazer indicativos de oportunidades rentáveis para ampliar o investimento em baixo carbono para chegar a algo entre 6% e 15% do investimento global da empresa.

“A compensação das emissões por créditos de carbono é complementar à descarbonização intrínseca e permite aumentar a ambição das empresas”, explica a gerente executiva de Mudanças Climáticas da Petrobras, Viviana Coelho.

“Esta iniciativa da Petrobras não substitui, mas sim complementa os esforços de redução de nossas emissões ao mesmo tempo que contribui para o financiamento da conservação das florestas brasileiras”, destaca a executiva.

Cobrimos por aqui:

Prioridade para títulos brasileiros

Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, afirma que a prioridade será adquirir créditos de base natural, gerados no Brasil e de alta qualidade, que contribuam para a conservação e recuperação dos biomas brasileiros.

“Queremos assegurar que os créditos utilizados gerem benefícios climáticos, sociais e ambientais para o país, de forma transparente e rastreável”.

A certificação dos créditos segue o padrão VCS (Verified Carbon Standard) da Verra, que é a maior certificadora do mercado voluntário de carbono no mundo.

A certificadora valida a quantidade de carbono fixado ou evitado e acompanha periodicamente a evolução do projeto, além de registrar os créditos de carbono emitidos em sua plataforma eletrônica para que possam ser rastreados.