BRASÍLIA – A Raízen comunicou nesta segunda (21/8) que recebeu a certificação ISCC CORSIA Plus (do programa de compensação de carbono da aviação internacional) que comprova que seu etanol cumpre os requisitos para produção de combustível sustentável de aviação (SAF, em inglês).
Emitido pela Organização da Aviação Civil Internacional (Icao), o selo atesta o baixo teor de carbono do produto no seu ciclo de vida, entre outros pontos.
Com a certificação do biocombustível produzido no Parque de Bioenergia Costa Pinto em Piracicaba (SP), a Raízen se torna a primeira produtora de etanol do mundo no Corsia.
Produzido a partir de matéria-prima renovável, o SAF é capaz de reduzir cerca de 80% o volume total de emissões de gases de efeito estufa em comparação ao combustível fóssil de aviação.
Atualmente, a única rota de SAF comercial é a HEFA, que utiliza óleos e gorduras vegetais. Mas a expectativa é que a rota Alcohol to Jet (ATJ) – processo que converte etanol em SAF – comece a ganhar escala nos próximos anos.
Primeiras certificações em 2023
A Icao começou a certificar os primeiros lotes de combustíveis de aviação sustentáveis pelo Corsia em junho de 2023.
Foram nove lotes, totalizando 1.542 toneladas, a partir de resíduos, produzidos pela ECOCHEM (China), Neste (Holanda) e WorldEnergy (Estados Unidos).
Parceria com a Embraer
Em julho de 2022, Embraer e Raízen assinaram uma carta de intenções para desenvolver a cadeia de produção de SAF. Entre as intenções, a Embraer irá se tornar a primeira fabricante de aeronaves a consumir SAF que poderá ser distribuído pela Raízen, produtora de bioenergia.
Em nota, a Embraer afirma que o uso da tecnologia é parte fundamental da sua estratégia para neutralizar a pegada de carbono das operações até 2040, uma vez que mais de 60% das emissões nas operações da empresa (escopo 1) decorrem do uso de querosene de aviação em ensaios e voos de produção.
A fabricante brasileira de aeronaves quer chegar a 2030 com misturas de SAF representando 100% do seu consumo de combustível no Brasil.