Biocombustíveis

Caramuru inicia comercialização de etanol hidratado de soja

Etanol é produzido a partir do melaço de soja, em processo que permite o maior aproveitamento da oleaginosa, minimizando impactos ambientais

Processadora de grãos Caramuru inicia comercialização de etanol hidratado de soja em Sorriso, no Mato Grosso. Na imagem: colheitadeira de soja despejando grãos em caminhão (Foto: Agência Brasil)
Segundo a Caramuru, aplicação da soja na produção de etanol é pioneira (Foto: Agência Brasil)

BRASÍLIA – A processadora de grãos Caramuru anunciou nesta quarta (16/8) o início da comercialização de etanol hidratado de soja produzido em seu complexo industrial em Sorriso, no Mato Grosso.

Segundo a empresa – que também trabalha com milho, girassol e canola – aplicação da soja na produção de etanol é pioneira.

Geralmente, o biocombustível é feito a partir de cana-de-açúcar, milho ou beterraba. Já o óleo de soja costuma ser destinado ao biodiesel.

Júlio Costa, CEO da Caramuru, conta que a iniciativa busca ampliar a atuação da empresa dentro do agronegócio.

O etanol é produzido a partir do melaço de soja, resultante do processamento do SPC (proteína concentrada de soja). Neste processo, todo o potencial da matéria-prima é reaproveitado com eficiência energética, minimizando os impactos ambientais e maximizando o potencial da economia circular.

Outro ponto é que a transformação do melaço em etanol representa um aumento do valor agregado do produto, o que reduz custos e aumenta receitas.

Atualmente, as empresas precisam comprar etanol no mercado e utilizá-lo como solvente para produzirem o concentrado proteico. Com a produção própria de etanol, as indústrias de SPC conseguem eliminar a necessidade de compra do insumo.

Aplicação do etanol de soja na indústria

A unidade industrial está instalada em Sorriso, no Mato Grosso, e tem capacidade anual de 9,5 milhões de litros de etanol hidratado. Destes, 72% serão comercializados no mercado interno brasileiro e 28% consumidos na planta como insumos.

Na unidade, a empresa já produz farelo e óleo de soja, lecitina e SPC. Ao processar a soja, serão produzidos simultaneamente energia elétrica (através da cogeração), biodiesel e etanol hidratado.

O projeto é financiado pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação. A planta é uma das primeiras no Brasil e no mundo a produzir etanol de soja em escala comercial.

O etanol hidratado, além de ser usado como combustível para veículos, na sua forma pura, é também matéria-prima industrial, largamente utilizado na fabricação de perfumes, materiais de limpeza, solventes e tintas.