Gás Natural

TAG estuda investir em estocagem de gás natural, diz Gustavo Labanca

CEO da Transportadora Associada de Gás afirma que pode atuar tanto oferecendo o serviço quanto como cliente e que já está analisando oportunidades e parcerias

A Transportadora de Gás Associado (TAG) está analisando investimentos em estocagem de gás natural, afirmou nesta quinta-feira (10/8) o CEO da companhia, Gustavo Labanca. Ele deu uma entrevista exclusiva ao estúdio epbr durante a Rio Pipeline 2023 (veja a íntegra acima).

“Tenho interesse de ser investidor em estocagem e a gente está trabalhando nisso, está olhando com alguns parceiros”, disse Labanca. “E tenho interesse de ser cliente, porque isso traz muita flexibilidade para a gente fechar a questão do balanceamento da malha (…)”

E prossegiu: “A gente tem uma demanda muito grande dos clientes, principalmente dos produtores, de produtos diários, semanais. Então, a estocagem traz um pouco mais de flexibilidade para isso. Eu deixo de ter que trabalhar só com o empacotamento do duto e tenho uma estocagem alternativa.”

De acordo com o executivo, a estocagem é necessária para o Brasil tanto no óleo e gás, já que a maior parte do gás natural é associada ao óleo, quanto para a geração de energia elétrica, dando flexibilidade para o despacho termelétrico.

“O Brasil precisa [da estocagem de gás]. Acho que é fundamental para qualquer país”, disse Labanca.

Segundo ele, ainda é preciso criar um modelo de negócio para a estocagem do gás para permitir o desenvolvimento desse mercado.

“Então, eu acho que tem um futuro, precisa ser criado um modelo de negócio, porque não tem hoje. Eu acho que existe o interesse, inclusive, da ANP que isso caminhe, mas a gente precisa achar o local correto e definir esse modelo de negócio para que a coisa avance.”

Investimentos na malha

O CEO da TAG afirmou que há três tipos de investimentos na malha que a empresa faz e planeja atualmente: novas conexões, “desengargalamento” e expansão.

Ele cita como exemplo de nova conexão o duto de 23km para ligar o terminal do Porto Sergipe à malha da TAG, com investimento aproximado de R$ 350 milhões. E também o novo city gate de Itajibá, na Bahia.

“O segundo é um que o setor não gosta muito de falar, mas é o desengargalamento. É o que eu falo que é o bom problema”, disse.

Nessa categoria está a estação de compressão em Itajuípe, na Bahia, que vai aumentar a capacidade de transporte de um trecho de mil quilômetros do Gasene de 9,4 milhões para 12,4 milhões de metros cúbicos por dia.

“Vai liberar mais gás do Sudeste para o Nordeste. Dá uma flexibilidade muito maior para o mercado. Esse tipo de investimento o regulador tem que aprovar e vai entrar na nossa base de ativos e vai ter uma revisão tarifária a cada cinco anos.”

Novos projetos de expansão

Por último, Labanca citou a expansão da malha, que depende do mapeamento da demanda e da aprovação da ANP.

“Nós recebemos 38 formulários de interesse em contratar capacidade de transporte em determinados pontos da malha. Por distribuidoras, por produtores, comercializadores, consumidores industriais. Então foram vários tipos de clientes. E agora a gente está terminando a análise desse mapeamento para poder fazer a submissão ao regulador e definir prioridades”, explicou.

“Porque são solicitações do mercado que têm diferentes prazos e diferentes volumes. Então a gente precisa ver o que a gente consegue atender de maneira mais rápida para poder dar celeridade a esse crescimento e fazer um planejamento para poder atender o mercado no médio e longo prazo. Então a gente vai submeter isso ao regulador e aí a gente pode ter breves notícias de novos investimentos em dutos de transporte para atender uma demanda nova de mercado.”

Acompanhe a cobertura completa da Rio Pipeline 2023 aqui pelo site epbr e pelo estúdio epbr no Youtube