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Rio Tinto e Sumitomo vão testar hidrogênio no refino de alumina na Austrália

Empresas construirão usina piloto de hidrogênio verde de 2,5 MW na refinaria de Yarwun para estudar viabilidade de aplicação

Rio Tinto e Sumitomo vão testar hidrogênio no refino de alumina na Austrália. Na imagem: Trabalhadores na refinaria de alumina de Yarwun, na Austrália, da mineradora anglo-australiana Rio Tinto (Foto: Divulgação)
Rio Tinto e Sumitomo construirão uma usina de hidrogênio de 2,5 MW na refinaria de alumina de Yarwun, na Austrália (Foto: Divulgação Rio Tinto)

BRASÍLIA – A mineradora anglo-australiana Rio Tinto e a japonesa Sumitomo construirão uma planta de hidrogênio verde na refinaria de Yarwun, em Gladstone, na Austrália, como parte de um programa de US$ 75,33 milhões (111,1 milhões de dólares australianos) destinado a reduzir emissões de carbono do processo de refino de alumina.

O programa piloto tem cofinanciamento de US$ 21,7 milhões (32,1 milhões de dólares australianos) do governo federal e pretende demonstrar a viabilidade do uso do hidrogênio no processo de calcinação, onde a alumina hidratada é aquecida a temperaturas de até 1.000°C.

A alumina calcinada é um composto químico utilizado nos segmentos industriais para fabricação de fibras cerâmicas e refratários, na área de peças automotivas, como abrasivos para polimentos e polimento de lentes.

A construção da planta começará em 2024 e será de propriedade da Sumitomo, responsável pela operação do eletrolisador de 2,5MW e fornecimento do hidrogênio diretamente para a Rio Tinto. O eletrolisador terá uma capacidade de produção de mais de 250 toneladas de hidrogênio por ano.

Além disso, está previsto o retrofit de um dos quatro calcinadores de Yarwun para que possa operar às vezes com um queimador de hidrogênio.

O empreendimento deverá entrar em operação em 2025. A expectativa é produzir o equivalente a cerca de 6 mil toneladas de alumina por ano, reduzindo as emissões de dióxido de carbono de Yarwun em cerca de 3 mil t/ano.

Se for bem-sucedido, o programa poderá abrir caminho para a adoção da tecnologia em escala global, afirmam as empresas.

Segundo o diretor administrativo da Rio Tinto Aluminium Pacific Operations, Armando Torres, a planta é um teste de viabilidade da substituição do gás natural nas refinarias de alumina.

A conversão total da fábrica para hidrogênio verde poderia reduzir as emissões em 500 mil toneladas de CO2 por ano, o que equivale a retirar das ruas cerca de 109 mil carros com motor de combustão interna, calcula a mineradora.

“Na Rio Tinto, colocamos a transição energética no centro de nossa estratégia de negócios, e esta é uma das maneiras pelas quais estamos trabalhando para descarbonizar nossas operações”, explica Torres.

O grupo tem meta de emissões líquidas zero até 2050 e de redução das emissões dos Escopos 1 (operações) e 2 (consumo de energia) em 50% até 2030 em relação aos níveis de 2018.