RIO – O preço médio da gasolina vendida nos postos brasileiros subiu 5,8% na semana passada, com a volta completa dos impostos federais, para R$ 5,67 o litro – o maior patamar em um ano, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Com a alta, o Brasil caiu 6 posições no ranking dos países com o combustível mais barato do mundo, para a 64ª posição. Apesar disso, o preço pago pelo consumidor brasileiro ainda é mais barato que a média mundial, segundo o GlobalPetrolPrices, site de pesquisa de mercado que monitora 168 países diferentes.
O levantamento mostra que o litro da gasolina no Brasil, em dólar, custa na média US$ 1,157, patamar 11% abaixo da média mundial, de US$ 1,30.
A pesquisa considera a média de preços em cada país, convertida para dólar. Os números mais atualizados são de 10 de julho.
Os dados, porém, não incluem a paridade de poder de compra – ou seja, não refletem os diferentes custos de vida nos países.
Venezuela tem gasolina mais barata
Em geral, a gasolina mais barata é encontrada nos países grandes produtores, membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Na lista dos cinco países com a gasolina mais barata do mundo, todos fazem parte do cartel: Venezuela, Irã, Líbia, Argélia e Kuwait.
O país com a gasolina mais barata do mundo é a Venezuela. Lá, o litro do combustível custa frações de um centavo de dólar.
O país sul-americano oferece aos cidadãos um subsídio, por meio do sistema Patria de benefícios sociais.
O GlobalPetrolPrices ressalva, contudo, que o preço subsidiado vale para os primeiros 120 litros consumidos no mês e contempla apenas a população com acesso ao benefício social. Compras acima de 120 litros por mês custam US$ 0,5 por litro.
“E, em tempos de escassez de combustível na Venezuela, existe um mercado clandestino com preços que podem exceder substancialmente os níveis médios de preços internacionais”, pondera a GlobalPetrolPrices.
No Brasil, volta dos impostos pesa
A alta recente do preço da gasolina, no Brasil, reflete, sobretudo, a volta completa dos impostos federais.
Os tributos foram cortados em 2022, no governo de Jair Bolsonaro, na tentativa de aplacar a inflação dos combustíveis em meio à corrida eleitoral.
A desoneração vencia no fim de dezembro. Ao assumir o mandato, o novo governo optou por desfazer gradualmente a desoneração.
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Entre janeiro e fevereiro, o governo Lula manteve os impostos zerados, mas já a partir de março a cobrança de PIS/Cofins sobre a gasolina comum (composta ainda por 27% de anidro) passou para 35 centavos por litro.
Agora, na virada do mês, os tributos federais voltaram aos 69 centavos por litro originais.
Matéria atualizada para incorporar os dados atualizados pelo GlobalPetrolPrices ao longo do dia.