O Brasil deve terminar o período seco com as condições hídricas mais favoráveis dos últimos 12 anos, de acordo com a Thymos Energia.
A consultoria especializada no setor elétrico estima que o Sistema Interligado Nacional (SIN) deverá ter armazenamento médio de 65% de água nos reservatórios das hidrelétricas no final de novembro, quando acaba o período seco. Segundo a análise da empresa, este é um cenário bastante confortável.
“Em 2021 presenciamos a pior crise hídrica dos últimos 90 anos no país. Já para 2023, as estimativas são muito boas. Além de chuvas abundantes, a estagnação no consumo de energia também ajudará a manter os reservatórios cheios”, explica Mayra Guimarães, head de Preços e Estudos de Mercado da Thymos Energia.
A previsão meteorológica reforça o contexto de abundância hídrica para o próximo período. A Nottus Meteorologia estima que o inverno de 2023 será mais úmido em relação ao ano passado e à média histórica. “O fato de não estarmos mais sob influência do La Niña contribui para um aumento da umidade no centro-sul do país nos meses mais secos”, avalia Alexandre Nascimento, meteorologista e sócio-diretor da Nottus.
Menos geração térmica
A boa quantidade de água nos reservatórios das hidrelétricas evitará que o Operador Nacional do Sistema (ONS) utilize o suporte das térmicas.
“Esses níveis de abastecimento também devem manter os preços de energia do mercado de curto prazo, o Preço da Liquidação das Diferenças (PLD), no patamar mínimo estabelecido pela Aneel durante todo o ano”, projeta Mayra Guimarães.
No ano passado, já houve uma queda da geração térmica, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Houve aumento da oferta de energia hidrelétrica (17,7%) e menor acionamento das termelétricas a combustíveis fósseis.
A geração termelétrica recuou 32,3% em 2022, reduzindo sua participação no fornecimento de eletricidade para 20,4%, ante 31,1% em 2021.