Congresso

CCUS precisa de regulação para avançar no país, diz gerente de mudanças climáticas da Petrobras 

Projeto de lei do marco legal para captura e armazenamento de carbono (PL 1425/2022) foi aprovado este mês na Comissão de Infraestrutura do Senado

Na imagem: Gerente-executiva de Clima da Petrobras, Viviana Coelho, durante o ESG Energy Forum, realizado pelo IBP, no Rio de Janeiro em junho de 2023 (Foto: Cortesia IBP)
Gerente-executiva de Clima da Petrobras, Viviana Coelho, durante o ESG Energy Forum, realizado pelo IBP, no Rio de Janeiro em junho de 2023 (Foto: Cortesia IBP)

RIO – O avanço de iniciativas de armazenamento, captura e uso de carbono (CCUS) em grande escala no Brasil vai depender de um arcabouço regulatório para dar segurança aos projetos, segundo a gerente executiva de mudanças climáticas da Petrobras, Viviana Coelho.

“É preciso um arcabouço para que emissores, clientes, operadores, tenham a segurança de que podem criar projetos que façam sentido”, disse a jornalistas no ESG Energy Forum, evento promovido pelo Instituto Brasileiro do Petróleo e do Gás (IBP) nesta terça-feira (20/6) no Rio. 

O projeto de lei do marco legal para captura e armazenamento de carbono (PL 1425/2022) foi aprovado este mês na Comissão de Infraestrutura do Senado. A proposta seguiu para análise na Comissão de Meio Ambiente.

Projeto piloto de CCUS em Macaé

A Petrobras anunciou em maio um projeto piloto de captura e armazenamento de carbono no terminal de Cabiúnas, em Macaé (RJ). A iniciativa vai ter capacidade de capturar 100 mil toneladas de CO2 por ano.

Segundo Coelho, a companhia está na fase de detalhamento dos custos e da concepção do projeto. Posteriormente, a empresa vai definir o calendário para a execução. “Esse é o projeto que vamos implantar primeiro, para entender a dinâmica”, disse.

A executiva explicou que o CCUS desponta dentro da Petrobras como uma solução para a descarbonização das próprias emissões industriais da companhia, mas ressalvou que “não é uma bala de prata”. “É uma solução, que compete com outras”, disse.

Prestação de serviços a outras empresas

Além disso, a gerente ressaltou que a Petrobras também avalia prestar o serviço a terceiros, mas o modelo sob o qual esse serviço será oferecido ainda está em análise.

“Podemos ser operadores de hubs, por causa do conhecimento geológico, da experiência que temos em poços”, disse.

Ela apontou que o CCUS pode ser uma solução competitiva para setores em que outras alternativas de descarbonização têm limitações tecnológicas ou logísticas, como é o caso da siderurgia e da indústria de cimento.

“Trabalhamos na Petrobras com a clareza de que haverá transformação de demanda do petróleo em determinado momento a longo prazo. Mas, enquanto isso, não podemos deixar de considerar a relevância de selecionar os produtos que são produzidos de forma mais eficiente, porque isso leva a menos emissões”, disse.

[jnews_block_11 number_post=”2″ post_offset=”2″ exclude_post=”65423″ include_tag=”13059″]