RIO – O avanço de iniciativas de armazenamento, captura e uso de carbono (CCUS) em grande escala no Brasil vai depender de um arcabouço regulatório para dar segurança aos projetos, segundo a gerente executiva de mudanças climáticas da Petrobras, Viviana Coelho.
“É preciso um arcabouço para que emissores, clientes, operadores, tenham a segurança de que podem criar projetos que façam sentido”, disse a jornalistas no ESG Energy Forum, evento promovido pelo Instituto Brasileiro do Petróleo e do Gás (IBP) nesta terça-feira (20/6) no Rio.
O projeto de lei do marco legal para captura e armazenamento de carbono (PL 1425/2022) foi aprovado este mês na Comissão de Infraestrutura do Senado. A proposta seguiu para análise na Comissão de Meio Ambiente.
Projeto piloto de CCUS em Macaé
A Petrobras anunciou em maio um projeto piloto de captura e armazenamento de carbono no terminal de Cabiúnas, em Macaé (RJ). A iniciativa vai ter capacidade de capturar 100 mil toneladas de CO2 por ano.
Segundo Coelho, a companhia está na fase de detalhamento dos custos e da concepção do projeto. Posteriormente, a empresa vai definir o calendário para a execução. “Esse é o projeto que vamos implantar primeiro, para entender a dinâmica”, disse.
A executiva explicou que o CCUS desponta dentro da Petrobras como uma solução para a descarbonização das próprias emissões industriais da companhia, mas ressalvou que “não é uma bala de prata”. “É uma solução, que compete com outras”, disse.
Prestação de serviços a outras empresas
Além disso, a gerente ressaltou que a Petrobras também avalia prestar o serviço a terceiros, mas o modelo sob o qual esse serviço será oferecido ainda está em análise.
Ela apontou que o CCUS pode ser uma solução competitiva para setores em que outras alternativas de descarbonização têm limitações tecnológicas ou logísticas, como é o caso da siderurgia e da indústria de cimento.
“Trabalhamos na Petrobras com a clareza de que haverá transformação de demanda do petróleo em determinado momento a longo prazo. Mas, enquanto isso, não podemos deixar de considerar a relevância de selecionar os produtos que são produzidos de forma mais eficiente, porque isso leva a menos emissões”, disse.
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