Leilões de petróleo 2018: qual a disponibilidade de dados públicos?

Leilões de petróleo 2018: qual a disponibilidade de dados públicos?
Cerimônia de Assinaturas dos Contratos da 2ª e 3ª Rodadas de Partilha de Produção no Pré-Sal. Foto: Saulo Cruz/MME

Quatro das cinco áreas que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) vai licitar na 4o leilão do pré-sal ainda precisarão passar por aquisição de dados sísmicos 3D. Os dados públicos disponíveis para o leilão totalizando 278 poços, 83.522 km lineares de sísmica 2D e 6.457 km² de sísmica 3D.

Levantamento feito pela E&P Brasil nos dados da agência reguladora indica que não há aquisição de dados 3D na área dos blocos Dois Irmãos, Saturno, Três Marias e Uirapuru, sendo o primeiro na Bacia de Campos e os demais na Bacia de Santos. A única área com dados sísmicos 3D levantado é Itaibemzinho, que possui engloba todos os 6.457 km² de sísmica 3D disponibilizados.

Além dos dados 3D, Itaibemzinho possui também dados de 39 poços e 5,4 mil km de dados sísmicos 2D. A área fica ao Sul da Bacia de Campos, próxima dos campos de Xerelete e Xerelete Sul, operados pela Total em parceria com a BP.

Os números explicam o interesse da CGG na aquisição de dados não exclusivos na região. A CGG está licenciando com o Ibama a aquisição de 35.806 km² dados 3D na região onde estão localizados os blocos offshore que serão licitados nas bacias de Campos e Santos na 15a rodada da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que acontecerá no próximo dia 29 de outubro.

Há, contudo, muita informação de poço e sísmica 2D para todos as áreas. O bloco de Uirapuru, que fica entre os campos de Mexilhão, operado pela Petrobras, e Lapa, operado pela Total, possui dados de 94 poços e 26,3 mil km de dados sísmicos 2D.

Dois Irmãos, Saturno e Três Marias, áreas de águas ultraprofundas nas bacias de Campos e Santos, possuem 61, 68 e 18 poços no pacote de dodos públicos, sendo Três Marias a área com a menor quantidade de informação pública disponível.

A ANP lançou em janeiro o pré-edital e as minutas dos contratos para o 4o leilão pré-sal, que vai acontecer em 7 de junho. A agência vai realizou em 22 de fevereiro a audiência pública para discutir o pré-edital e as minutas. Todas as áreas do leilão têm bônus fixado em R$ 4,65 bilhões.

Quem também está licenciando atividade de aqusição de dados na Bacia de Santos é a Spectrum. A empresa iniciou o licenciamento ambiental para campanha de aquisição de dados sísmicos 3D em área onde serão ofertados blocos exploratórios na 16a rodada de licitações e também no 5o leilão do pré-sal, ambos previstos para 2019. De acordo com dados enviados ao Ibama, a área total da aquisição será de 38.018,29 Km2.

E a 15a rodada?

Nove dos 11 setores que serão ofertados na 15a rodada da ANP, que será realizada no próximo dia 29 de março, não possuem aquisição de dados 3D. Apenas três setores na Bacia Potiguar, sendo dois em águas profundas – SPOT-AP1 e SPOT-AP2, e um setor em água rasa (SPOT-AR1), possuem dados 3D já adquiridos. Todos os 11 setores possuem dados 2D levantados.

As bacias de Campos e Santos são as regiões ofertadas com maior quantidade de dados sísmicos 2D levantados. Ao todo, 38,4 mil e 34,3 mil km, respectivamente, foram adquiridos na área onde estão os 17 blocos serão ofertados, sendo nove em Campos e outros oito, em Santos. Em terra, a Bacia do Parnaíba responde pelo maior volume de dados 2D, com 13,7 mil km de dados adquiridos.

As áreas contam ainda com 257 poços perfuradas nos 11 setores, sendo o offshore da Bacia Potiguar a região em oferta com o maior número de poços perfurados, ao todo 80 poços em três setores. Nos setores que serão ofertados nas bacias de Campos e Santos, que devem ser o principal destaque da concorrência, existem 27 e 22 poços, respectivamente.

Em terra, existem dados de 57 poços perfurados nos três setores que serão ofertados no leilão, sendo nove poços no único setor da Bacia do Paraná e outros 48 poços no dois setores da Bacia do Parnaíba. Existe ainda na parte onshore do leilão 26,1 mil km de dados sísmicos 2D adquiridos.