Biocombustíveis

ANP autoriza uso de biodiesel puro (B100) em frota cativa da Amaggi

Projeto vem acompanhado da instalação de usina da Amaggi para a produção do biocombustível

Amaggi avalia usar 100% de biodiesel em frota própria. Na imagem: Caminhão Scania, da série R, durante colheita mecanizada de cana-de-açúcar (Foto: Carlos Biagini/Scania)
Caminhão Scania, da série R, durante colheita mecanizada de cana-de-açúcar (Foto: Carlos Biagini/Scania)

BRASÍLIA – A Amaggi obteve, nesta quarta (3/5), autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para o uso experimental de 100% de biodiesel (B100) em frota cativa.

Com a licença da ANP, a companhia de grãos pode utilizar biodiesel puro em até 300 caminhões, contanto que atenda às especificações vigentes do biocombustível.

“É importante ressaltar que os testes irão ser iniciados em parte reduzida da frota e que o aumento se dará de forma gradativa, até o limite autorizado pelo órgão regulador”, explicou a empresa, em nota.

O projeto apresentado à agência prevê um consumo total por caminhão de até 5 mil litros de biodiesel por mês, ao longo de dois anos e, portanto, limitado a 36 milhões de litros no período.

Coincide com a instalação de uma usina de biodiesel em Lucas do Rio Verde (MT), onde a empresa poderá produzir até 1 milhão de litros do biocombustível por dia. A iniciativa está em desenvolvimento desde 2019, associada a uma planta já existente de esmagamento de soja no local.

Compromisso ambiental

O biodiesel (B100) é misturado ao diesel A em uma proporção definida pelo governo federal. Atualmente, a mistura obrigatória está em 12% (diesel B12).

O uso do B100 é previsto, mediante autorização. Uma das contrapartidas é o compartilhamento de informações com a ANP e com o Ibama, órgão ambiental que já autorizou o projeto da Amaggi.

Outro pré-requisito atendido é a garantia dos caminhões. Neste projeto, a Scania assegurou que os motores habilitados a operar com diesel B podem ser convertidos para a utilização do B100.

Para isso, a fabricante pediu ajustes no software dos veículos e no intervalo de manutenção para o funcionamento com 100% de biodiesel. A garantia é dada mediante o uso de um sistema próprio de conversão.

“O uso de combustível B100 em veículos não convertidos pode trazer impactos negativos como o entupimento de filtro e danos ao sistema de pós-tratamento de gases”, explicou a Scania.

O uso experimental será realizado em modelos graneleiros R500 6×4 da Scania, com motores no padrão Euro V.