RIO – O governo holandês divulgou o projeto do Fundo Climático para 2024, que prevê 28,1 bilhões de euros para gastos climáticos no país até 2030.
Desse total, 7,5 de bilhões de euros serão destinados para desenvolver a indústria de hidrogênio verde, incluindo 300 milhões de euros para importação desse energético – o que pode favorecer os projetos de hidrogênio verde no Porto do Pecém, no Ceará.
À agência epbr, o presidente do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), Hugo Figueirêdo, lembra que o Pecém tem o Porto de Roterdã, na Holanda, como sócio. O porto holandês tem 30% das ações do porto cearense.
Hoje, o Porto de Roterdã já tem a meta de que 25% de todo o hidrogênio verde, que chegar à Europa por meios das suas operações, seja oriundo do Pecém. No Brasil, o porto cearense lidera em número de projetos para produção de hidrogênio verde.
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“O anúncio do governo holandês, que é sócio do Porto de Roterdã, reforça ainda mais essa atuação conjunta entre os dois portos para o fornecimento de hidrogênio verde à Europa de forma competitiva e segura”, disse o presidente do Complexo do Pecém.
Roterdã é hoje uma das principais portas de entrada da Europa de combustíveis fósseis, e tem o objetivo de reduzir as emissões CO2 em mais de 9 milhões de toneladas até 2030.
Até 2025, quatro usinas de hidrogênio verde serão construídas nas suas instalações. Também estão previstos gasodutos para transportar o hidrogênio das usinas e terminais de importação até os usuários no porto e no interior de Roterdã.
Pacote holandês para hidrogênio
Além dos 300 milhões de euros para importação do energético, o pacote de hidrogênio holandês destina maior parte dos recursos para desenvolvimento da produção doméstica. Sendo 5,1 bilhões de euros para projetos de hidrogênio verde onshore e 1,8 bilhões de euros para produção offshore.
Outros 250 milhões de euros serão para redução de risco de armazenamento de hidrogênio em larga escala e 50 milhões para rede de hidrogênio no mar.
O plano do governo ainda prevê a cobrança de uma tarifa aos consumidores de hidrogênio inferior a do gás; a conversão de usinas a carvão para hidrogênio; e a descarbonização das indústrias locais com uso do energético.
O projeto, apresentando pelo ministro de Clima e Energia, Rob Jetten, agora precisa ser aprovado pelo parlamento.
Em carta aos parlamentares, o ministro defendeu ações de cooperação com países que tem a capacidade fornecer hidrogênio e atender a demanda da região.
“Com esta carta, o governo dá um grande passo a mais para alcançar nossas metas climáticas legais para 2030 (..)Temos um atraso e, portanto, teremos que fazer todo o possível para atingir essa meta até 2030, com a convicção de que, com a Europa, estamos a caminho de neutralidade climática”, pontuou Jetten.
- Assista e compartilhe nossa discussão no antessala epbr sobre qual deve ser a estratégia brasileira para o hidrogênio?