Energia

Eneva investe R$ 5,5 milhões em startup de energia renovável, de olho no mercado livre

Companhia faz sua segunda rodada de aposta na Sunne, especializada na negociação de energia a pequenos e médios consumidores do Nordeste

Eneva investe R$ 5,5 milhões em startup de energia renovável, de olho no mercado livre. Na imagem: Parque solar e eólico, ao fundo, em segundo plano (Foto: Erich Westendarp/Pixabay)
Eólica e solar adicionaram 2,4 GW no Brasil no 1º trimestre (Foto: Erich Westendarp/Pixabay)

BRASÍLIA — Maior operadora privada de gás natural onshore do Brasil, a Eneva anunciou o investimento de R$ 5,5 milhões na Sunne, startup comercializadora de energia renovável para pequenos e médios negócios. Em 2021, a companhia já havia aportado R$ 1 milhão em parceria com o grupo de investidores GVAngels.

A Sunne conecta consumidores finais de energia de pequenos e médios negócios no Sudeste e Nordeste com geradores parceiros por meio de plataformas digitais. A eletricidade negociada é distribuída aos clientes na forma de créditos na conta de luz, e a economia pode chegar a 20% ao mês, de acordo com a startup.

Um dos focos é o Nordeste. A região está entre as prioridades da Eneva, que, neste ano, vai inaugurar o complexo solar Futura I, no município de Juazeiro, na Bahia, com capacidade instalada é de 670 megawatts (MW). O volume equivale ao consumo de 1,5 milhão de residências.

Outro é o atendimento ao mercado livre de energia que, na visão da empresa, deve ganhar ainda mais relevância após aprovação, pelo Congresso Nacional, de novas regras para permitir o acesso de um número maior de consumidores à modalidade de contratação onde a negociação ocorre sem intermediação das concessionárias.

Mercado livre de energia cresceu 19% no último ano

Levantamento da Abraceel (associação dos comercializadores de energia) mostra que, em um ano, houve um crescimento de 19% no ambiente de contratação onde os consumidores negociam diretamente com os fornecedores de energia.

Ao todo, 4.957 novas unidades consumidoras aderiram ao mercado livre no período de 12 meses até janeiro de 2023. Agora, 31.686 unidades consumidoras, agrupadas em 11.149 consumidores estão na modalidade. Cada unidade consumidora equivale a um medidor de energia.

Clientes no mercado livre consomem 91% da energia de usinas a biomassa, 57% de PCH, 45% das eólicas e 52% dos parques solares centralizados. Ao todo, 52% das fontes incentivadas.

O crescimento é liderado pela indústria, que já tem 90% da sua demanda por eletricidade atendida desta forma, afirma a Abraceel. Um dos motivos é a economia na conta de energia: pelos cálculos da associação, a diferença chega a 62%.