Gás Natural

ANP aprova plano de investimento da Origem em Alagoas, com estocagem de gás

Aval da agência ainda não inclui autorização para prestação do serviço de estocagem

Origem Energia prevê investir US$ 300 milhões e triplicar produção de gás em Alagoas. Na imagem, operações da Origem Energia no Polo Alagoas, de produção de petróleo e gás natural (Foto: Divulgação)
Operações da Origem Energia no Polo Alagoas, de produção de petróleo e gás natural (Foto: Divulgação)

RIO — A diretoria da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou nesta sexta-feira (14/4) o novo plano de desenvolvimento do campo de Pilar, operado pela Origem Energia em Alagoas. A concessão será prorrogada até 2052, com alíquotas de royalties sobre a produção incremental reduzidas.

O regulador aprovou a inclusão do projeto de estocagem subterrânea de gás natural no campo, mas a decisão desta sexta não contempla, ainda, a autorização para prestação desse serviço, disse o diretor Cláudio Jorge. O aval segue em análise pela agência.

A diretora Symone Araújo destacou o pioneirismo do projeto, em seu voto favorável à aprovação do plano de desenvolvimento de Pilar.

“[A estocagem] Pode ser uma porta importante para, finalmente, resolvermos o dilema do gás associado. Sabemos que precisamos aumentar o aproveitamento do gás, mas existe uma relação muito profunda de que a maioria [desse gás] é associado”, afirmou Symone.

Origem aposta em demanda por flexibilidade

No novo plano de desenvolvimento de Pilar, a Origem se compromete a investir R$ 916 milhões na recuperação do ativo. A empresa espera uma produção adicional de 11,7 milhões de barris/dia de óleo e de 5,4 bilhões de m3 de gás natural – além do projeto piloto de estocagem de gás.

O diretor técnico da Origem Energia, Nathan Biddle, afirmou esta semana à epbr que, para desenvolver o projeto de estocagem, a intenção da empresa é aproveitar os reservatórios depletados e a infraestrutura já existente — como a rede de compressão e as linhas de reinjeção.

A Origem mira a demanda por flexibilidade.

“[O negócio da estocagem] ainda não existe no Brasil. Temos que construir [a solução] tecnicamente e comercialmente”, disse. “Com o crescimento do mercado, vamos ter a oportunidade de entregar [gás flexível] para os consumidores privados que não conseguem aceitar contratos de grande tamanho de take-or-pay, porque às vezes operam com alta sazonalidade e precisam de flexibilidade”, completou o executivo, em entrevista exclusiva ao estúdio epbr, na Onshore Week 2023.

Assista na íntegra a entrevista exclusiva de Nathan Biddle ao estúdio epbr na Onshore Week 2023, conferência realizada esta semana em Maceió (AL).

Governo vai mapear potencial de estocagem

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) vai mapear, a partir deste ano, as áreas mais promissoras para estocagem subterrânea de gás natural, com um capítulo dedicado à captura, armazenamento e utilização de carbono (CCUS) no Brasil.

A estatal abriu uma concorrência para contratar uma consultoria externa para o trabalho – que inclui um estudo para políticas e regulação, com referências internacionais sobre estocagem subterrânea; e um inventário de áreas para a atividade no Brasil, em campos depletados; além da avaliação de alvos para CCUS.