Combustíveis e Bioenergia

Petrobras reduz preço da gasolina em 13 centavos

Empresa também anunciou corte no preço do diesel vendido às distribuidoras

Na véspera da volta dos impostos federais, Petrobras reduz preço da gasolina. Na imagem: Mão de frentista branco segura bomba na cor vermelha durante abastecimento de carro flex, gasolina ou álcool (Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)
Abastecimento de carro flex, gasolina ou álcool (Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

RIO — A Petrobras anunciou nesta terça-feira (28/02) uma redução de 3,9% — o equivalente a 13 centavos — no preço médio do litro da gasolina vendida às distribuidoras. Os novos valores passam a valer a partir de quarta-feira (1/3), para quando está prevista a volta da cobrança dos impostos federais sobre o combustível.

A petroleira também anunciou um corte de 1,95% (8 centavos) no preço médio do litro do diesel — cuja desoneração segue mantida até o fim do ano.

A Petrobras estava há 35 dias sem mexer no preço da gasolina. O último ajuste — uma alta de 7,4% — ocorreu no dia 25 de janeiro.

Com o novo ajuste, o preço médio cobrado pela Petrobras para a gasolina passará de R$ 3,31 para R$ 3,18 por litro. Considerada a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro na composição da gasolina vendida nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, de R$ 2,32 a cada litro vendido na bomba.

Já no caso do diesel, a última mudança na tabela de preços da petroleira foi há 21 dias: uma redução de 8,89%, no dia 08 de favereiro.

O preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,10 para R$ 4,02 por litro. Considerada a mistura obrigatória de 10% de biodiesel, a parcela da companhia no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,62 a cada litro vendido na bomba.

Petrobras tinha “colchão” para redução

Em nota, a Petrobras justificou que as reduções “têm como principal balizador” a busca pelo equilíbrio dos preços praticados pela empresa aos mercados nacional e internacional, a partir de uma “convergência gradual” que contempla as principais alternativas de suprimento e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos da petroleira.

Nos últimos dias, em meio ao impasse entre as alas política e econômica do governo sobre a reoneração da gasolina e do etanol, o novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, participou das rodadas de negociação em Brasília, sobre o tema.

Ontem (27/2), em reunião com o secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, uma das possibilidades levantadas foi, justamente, que a petroleira absorvesse parte do aumento das alíquotas por meio de uma redução nos seus preços, nas refinarias.

À noite, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT/SP), chegou a afirmar que havia uma margem na Petrobras, para uma eventual redução de preços — aliviando, assim, pelo menos em parte, a reoneração do combustível.

“A atual política de preços da Petrobras tem um colchão que permite aumentar ou diminuir o preço dos combustíveis, e ele pode ser utilizado”, disse.

De acordo com dados da Abicom, que reúne os importadores de combustíveis, o preço da gasolina nos polos da Petrobras estava 18 centavos (6%) acima do preço de paridade de importação (PPI).

Novas alíquotas devem ser definidas hoje

O governo ainda não anunciou a alíquota da gasolina e do etanol. Confirmou, até o momento, que o imposto sobre o combustível fóssil será maior.

Vale lembrar que, desde 2022, há um diferencial tributário garantido pela emenda constitucional 123, aprovada no Congresso Nacional no ano passado, para garantir a competitividade do etanol nos postos, frente à desoneração do combustível fóssil.

Em 2022, o governo de Jair Bolsonaro (PL) zerou as alíquotas do PIS e Cofins cobradas sobre a gasolina, etanol, diesel, biodiesel, gás natural e o GLP. Em um dos seus primeiros atos após tomar posse, em 1º de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a MP 1157, que estendia a desonerçação sobre a gasolina e etanol até 28 de fevereiro — e a dos demais combustíveis até o fim de 2023.

Antes da desoneração, o PIS/Cofins era cobrado da seguinte forma: R$ 0,792 por litro da gasolina A (sem mistura de etanol) e de R$ 0,242 por litro do etanol.

Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD/MG), convocaram uma entrevista coletiva para a noite desta terça-feira (28/2) sobre a pauta dos combustíveis.

A expectativa é que, na ocasião, sejam apresentados mais detalhes sobre a reoneração da gasolina e do etanol.