Danilo Silva, apoiado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), foi o funcionário da Petrobras mais votado para representar seus colegas no Conselho de Administração da estatal. Silva recebeu 4.181 votos dos funcionários da empresa e vai disputar o segundo turno com Christian Alejandro Queipo, apoiado pela Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e que recebeu 2.281 votos.
Danilo Silva é petroleiro desde 2003 e Técnico de Manutenção Pleno na Replan. Já foi diretor do Sindipetro Unificado de São Paulo e também trabalhou na Petros, onde ajudou na criação do Plano Petros 2.
Entre suas propostas estão:
- Diálogo e Transparência: Caso seja eleito, faremos um mandato itinerante, visitando uma unidade e um escritório da Petrobrás por mês para dialogar com os trabalhadores. Além disso, proponho a criação do Whatsapp do Conselheiro, como um canal de comunicação aberto à categoria, onde irei prestar contas do mandato.
- Compromisso com Temas Trabalhistas: Embora o Estatuto do Conselho impeça o representante dos trabalhadores de votar em questões trabalhistas e salariais, me comprometo a levar sugestões, reclamações e o posicionamento da categoria.
- De olho na “Alta Direção”: Ficarei atento ao trabalho de quem exerce cargos de confiança. Vou entrevistá-los sobre suas ações e fazer chegar a cada um as reclamações, sugestões e preocupações dos trabalhadores.
- Consultorias jurídica e econômica: Usarei a remuneração de conselheiro para custear a organização do mandato e contratar assessorias econômica-financeira e jurídica, além de contar com o suporte de entidades como o Dieese, CUTe FUP. Meu objetivo é ter a argumentação necessária para debater e contrapor, se necessário, todos os temas discutidos pelo Conselho.
Christian Alejandro Queipo possui graduação em Engenharia Química (Universidad de Buenos Aires, 2001) e doutorado em Ciências (PEQ/COPPE/UFRJ, 2008). Ingressou na Petrobras em 2007 no cargo de Engenheiro de Processamento. Trabalha na Engenharia Básica de Gás Natural e Energias Renováveis, com foco no desenvolvimento de tecnologias para produção de biocombustíveis de segunda geração.
Entre suas propostas estao:
– Revisões ao PNG de modo a reorientar, de forma responsável, as atividades da Companhia como empresa de energia integrada e em transição à economia pós-fóssil.
– Marcar um contraponto à gestão atual no tocante aos desinvestimentos, questionando os critérios aplicados para justificar a venda de ativos caso a caso.
– Sugerir mudanças na gestão dos empreendimentos da companhia mediante a internalização das funções de gerenciamento, compra de materiais e equipamentos e fiscalização de obras, reduzindo ao mínimo contratos de amplo escopo (EPC).
– Solicitar avaliação estratégica dos resultados da política de preços de derivados em termos de impactos no caixa e projeção de participação de mercado.
Como é o Conselho e o que os empregados conseguem influenciar?
O Conselho de Administração da Petrobras tem hoje nove membros, sendo seis indicados pela União, acionista controlador da empresa. Dentro os indicados pela União está o próprio presidente da Petrobras, Pedro Parente.
O CA conta ainda com uma vaga destinada aos acionistas minoritários e uma para acionistas com ações preferenciais, além do representante dos empregados.
Na eleição de Aldemir Bendine para a presidência da Petrobras, logo após a renuncia da presidente Maria das Gracas Foster e todos os diretores, o Conselho de Administração aprovou o nome de Bedine, indicado por Dilma Rousseff, com indicação contrária do representante dos empregados, na época Silvio Sinedino.
“É preciso que a Petrobras altere sua prática em várias áreas e, no nosso entendimento, um dos principais aspectos é exatamente a forma de indicação da sua alta gerência”, afirmou o conselheiro. O discurso foi publicado por ele no Facebook. No texto, diz ainda que as indicações por partidos políticos “acabam cobrando um alto preço em corrupção e malfeitos”, comentou.
E quem representa os empregados hoje?
Os empregados da Petrobras são representados hoje por Betania Rodrigues Coutinho, que trabalha há 12 anos na Petrobras nas áreas de Reservatório e de Coordenação Técnica de Parcerias da UO-RIO. Ela se declarou como Pessoa não Politicamente Exposta quando foi eleita e acabou contando o apoio de grande parte dos funcionários, inclusive com o primeiro escalão da empresa.