RIO — O mercado global de óleo e gás deve se manter tumultuado em 2023, na avaliação da Wood Mackenzie. A consultoria destaca que as incertezas econômicas darão o tom no balanço entre oferta e demanda de petróleo este ano.
A expectativa, contudo, é que o aperto do mercado internacional de derivados deve arrefecer um pouco. No gás natural, o ano deve ser menos traumático do que 2022, mas ainda distante do equilíbrio.
A Wood Mackenzie se baseia numa perspectiva de que algumas economias importantes entrarão em recessão e a economia global desacelerá em 2023.
Do lado da oferta, o principal risco ainda girará em torno da Rússia. A consultoria cita, no entanto, que as sanções impostas pela União Europeia estão tendo — pelo menos num primeiro momento — um impacto direto mínimo nos volumes de exportação russa.
Em 2022, o petróleo bruto da Rússia continuou a fluir em sua maior parte, desviado da Europa para a Índia, China e Turquia.
Para o refino, a expectativa é que novas fontes de suprimento ajudem a diminuir o aperto do mercado global. A Wood Mackenzie estima que mais de 1,4 milhão de barris/dia de capacidade adicional de refino está programada para entrar em operação ao longo de 2023.
A previsão, contudo, é que as margens de refino permaneçam elevadas durante o primeiro semestre de 2023 antes de cair. No ano passado, elas atingiram recordes durante o verão.
“Existem, no entanto, diversas incertezas que podem atrapalhar esse panorama, além dos desafios típicos de conclusão e comissionamento de projetos. Isso inclui as políticas de exportação de produtos da China e a proibição de importação de produtos refinados da Rússia pela União Europeia, a ser implementada em fevereiro”, cita o relatório da Wood Mackenzie.
Tendências para o gás
A Wood Mackenzie destaca seis tendências para o mercado global de gás natural em 2023:
- A situação na Europa está melhor do que se temia, mas ainda não está fora de perigo;
- O crescimento da demanda por gás natural liquefeito (GNL) na China será limitado;
- O preço do Henry Hub recuará em 2023, à medida que a oferta e demanda comecem a se reequilibrar;
- O ano será abundante na tomada de decisão em novos projetos de GNL, mas alguns terão dificuldades;
- O ímpeto de contração do GNL continuará em 2023;
- e os investimentos em captura e armazenamento de carbono (CCS) podem começar a acontecer.