A 3R Petroleum assume nesta sexta-feira (23/12) a operação do campo de Papa-Terra, em águas profundas da Bacia de Campos, adquirido da Petrobras por US$ 105,6 milhões.
Com a operação, começa a ser transferida para a 3R Petroleum toda a infraestrutura de produção e seus sistemas submarinos.
A empresa pretende reabrir, nos primeiros meses de operação, a produção de dois poços produtores fechados, após adequações nos sistemas de processamento e estocagem.
O volume original de óleo e gás in place estimado pela ANP é de 2 bilhões de barris de óleo equivalente, com densidade entre 12° e 16° API e baixo nível de contaminantes. De acordo com dados da 3R Petroleum, a fração recuperada atual está próxima a 2%, enquanto a média da Bacia de Campos é de cerca de 16%.
Ainda de acordo com a 3R Petroleum, a certificação de reservas do ativo, emitida pela DeGolyer and MacNaughton com data base de 31 de dezembro de 2021, indica um volume de reservas provadas mais prováveis (2P) de 172 milhões de barris de óleo equivalente (“boe”) para 100% de Papa Terra.
“A aquisição do Polo Papa Terra representa um importante marco para o portfólio offshore da Companhia, com o início de suas operações em águas profundas e o início da operação na Bacia de Campos e no estado do Rio de Janeiro”, diz a 3R Petroleum, em nota.
Detalhes da venda do campo de Papa-Terra
- Starboard Asset fez oferta no valor de US$ 90 milhões
- Petrobras é a operadora de Papa-Terra, com 62,5% de participação
- Nova Técnica Energy detém os 37,5% restantes
- FPSO P-63 começou a produzir em 2013
- P-61, única do tipo Tension Leg Wellhead Platform (TLWP) instalada no país, começou a produzir em 2015
- Não conseguiu atingir patamares de produção inicialmente projetados
- Petrobras estima boas possibilidades de ampliação da produção
A Petrobras era a operadora de Papa-Terra, com 62,5% de participação, em parceria com a Chevron, que detinha os 37,5% restantes, vendidos para a Nova Técnica Energy.
Desenvolvimento da produção
O campo de Papa-Terra foi descoberto em junho de 2003 e começou a produzir em novembro de 2013. O desenvolvimento da produção desenhou um projeto com duas plataformas e uma sonda dedicada.
O FPSO P-63, com capacidade para 140 mil barris dia de petróleo e 1 milhão de m³ de gás natural, começou a produzir em 2013. A unidade tem ainda capacidade para injetar 340 mil barris/dia de água.
A plataforma P-61, única do tipo Tension Leg Wellhead Platform (TLWP) instalada no país, começou a produzir em 2015. Os poços da P-61 são do tipo completação seca, ou seja, as válvulas de controle do poço ficam na plataforma, ao invés de no fundo do mar.
O projeto conta ainda com uma sonda dedicada conectada à P-61 para realizar serviços de perfuração, completação e intervenção nos poços.
Produção aquém da esperada
Campo com petróleo ultrapesado, com graus API entre 14 e 17, foi um dos projetos mais complexos desenvolvidos pela Petrobras e não conseguiu atingir patamares de produção inicialmente projetados.
Papa-Terra produziu uma média de 17,3 mil boe/dia em 2019, tendo seu pico de produção ficado entre 30 mil e 40 mil barris/dia de petróleo em 2014.
Agora, a Petrobras estima boas possibilidades de ampliação da produção baseada no resultado dos poços PPT-50 e PPT-51. Somente a completação do poço PPT-51 poderia elevar a produção em quase 10 mil barris por dia de petróleo.
O plano de desenvolvimento acordado com a ANP prevê a construção de sete novos poços produtores no projeto, sendo quatro de completação seca, e quatro novos poços injetores, que pretendem ajudar com recuperação secundária e ampliar a produção de petróleo.
Papa-Terra tem contrato de concessão assinado com a ANP até 2032. Área da Rodada Zero, não tem compromisso de conteúdo local.