Diálogos da Transição

Solar fotovoltaica atinge 22 GW, com forte avanço da GD

GD fotovoltaica somou 15 GW em novembro; no final do ano passado eram 8 GW

Solar fotovoltaica atinge 22 GW de capacidade, com forte avanço da GD. Na imagem: instalação de placas solares fotovoltaicas (Foto: HSP Engenharia/Divulgação)
No segundo semestre de 2022, o crescimento de potência instalada foi de quase um GW por mês (Foto: HSP Engenharia/Divulgação)

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Diálogos da Transição

Editada por Nayara Machado
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A geração de energia a partir de painéis solares fotovoltaicos atingiu a marca de 22 gigawatts (GW) de potência instalada em novembro, um crescimento de 59,4% ao longo do ano. Em janeiro de 2022, a fonte somava 13,8 GW no Brasil, considerando tanto usinas de grande porte quanto sistemas de geração própria.

No segundo semestre, o crescimento de potência instalada foi de quase um GW por mês – julho: 16,4 GW, agosto: 17,5 GW, setembro: 18,6 GW, outubro: 21,1 GW, novembro: 22 GW.

A fonte ocupa a terceira posição na matriz elétrica brasileira, com 10,8% de participação.

A maior parte vem da geração distribuída (GD), isto é, produzida próximas aos centros de consumo como telhados de casas e comércios, ou grandes terrenos. De acordo com a Aneel, a GD fotovoltaica somou 15 GW este mês. No final do ano passado, eram 8 GW.

Os dados estão em linha com previsões feitas pelo setor no início de 2022 de que este seria o ano da corrida ao sol.

A sanção em janeiro deste ano do marco da mini e micro geração distribuída estabeleceu um prazo para a retirada de subsídios aos chamados prossumidores (que produzem parte da energia que consomem).

Aqueles que solicitarem o parecer de acesso de sistemas de geração própria renovável até o início de janeiro continuarão usufruindo das regras atuais até 2045. Quem entrar no segmento depois passará a pagar progressivamente pelos custos relacionados ao uso da rede de distribuição de energia.

Reta final

Com a aproximação do fim do prazo, associações do setor tentam avançar no Congresso com um projeto de lei para prorrogar por mais um ano a entrada de novos consumidores na GD.

Segundo a Absolar, o PL 2703/2022, do deputado federal Celso Russomanno (Republicanos/SP) daria mais “segurança jurídica, previsibilidade, estabilidade e equilíbrio para a geração própria renovável e os consumidores”.

O setor argumenta que a lei sancionada em janeiro também previa um prazo máximo de até 180 dias, contados da data de sua publicação, para regulamentação pela Aneel e implementação pelas concessionárias e permissionárias de distribuição de energia elétrica – o que não ocorreu ainda.

“A Aneel e as distribuidoras não têm sido capazes de cumprir diversos dos prazos da lei, o que tem acarretado inúmeros empecilhos, atrasos, prejuízos e dificuldades para os consumidores brasileiros interessados em gerar a sua própria energia renovável”, critica a Absolar em nota.

PL tramita em urgência

Ontem (22/11) a Câmara dos Deputados aprovou o requerimento de urgência para o PL de Russomanno. Com a aprovação do regime de urgência, o projeto poderá ser votado nas próximas sessões do Plenário.

Segundo a proposta, o consumidor-gerador que solicitar a conexão à Aneel até janeiro de 2024 poderá manter, até 2045, os atuais benefícios do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE).

Caso aprovada pelas duas Casas Legislativas, 2023 pode se tornar mais um ano de corrida ao sol, com consumidores tentando garantir isenção da incidência progressiva de custos relacionados ao uso da rede de distribuição de energia.

Um levantamento da consultoria Greener aponta que em novembro havia 116 MW em projetos sendo ofertados e uma demanda de 2,5 GW.

Cobrimos por aqui:

Centralizada em expansão

Com mais de 7 GW de potência instalada em usinas solares de grande porte, a geração centralizada também segue em franco crescimento.

De acordo com a Greener, as solicitações de DRO’s (Despacho de Registro de Outorga) somavam 229 GW em outubro.

O DRO não significa que um empreendimento será desenvolvido, no entanto. O despacho apenas permite, entre outras coisas, que o agente interessado solicite informações e licenças e/ou autorizações aos órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental, por exemplo.

Incentivos em SP

No início da semana, o governo do estado de São Paulo e a Absolar anunciaram um acordo de cooperação para a criar um programa de desenvolvimento da fonte solar e tecnologias como armazenamento e hidrogênio verde no território paulista.

Junto com a assinatura do acordo, o governador Rodrigo Garcia anunciou a ampliação de incentivos fiscais para o setor, com regras mais favoráveis aos projetos de geração própria. A medida equipara o estado de SP aos incentivos fiscais já praticados em Minas Gerais para todas as modalidades de energia solar de até 5 megawatts (MW).

CPFL seleciona 47 projetos de eficiência energética

Ações serão executadas no próximo ano em São Paulo e no Rio Grande do Sul com investimento de R$ 25,37 milhões.

Entre as propostas apresentadas por clientes da CPFL Paulista, 19 foram aprovadas e terão aporte de R$ 12,1 milhões. Na RGE, outros 17 projetos foram aprovados e o investimento será de R$ 8,8 milhões.

Já na CPFL Piratininga, 10 propostas tiveram aprovação e receberão aporte de R$ 4,1 milhões, enquanto na CPFL Santa Cruz um projeto será executado com investimento de R$ 249 mil. Veja a lista de projetos selecionados (.pdf)

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Caminhões elétricos na Coca-Cola

A distribuição de bebidas na região metropolitana de São Paulo começou a ser feita com caminhões elétricos. São 31 veículos e-Delivery da Volkswagen para atender os centros de distribuição de Jurubatuba, Osasco e Ipiranga.

Além do baixo impacto ambiental, com emissão zero de poluentes, a companhia espera economizar no gasto com combustível por quilômetro rodado e manutenção, além de diminuir a geração de outros resíduos – não é necessário trocar água e óleo, por exemplo.

Com autonomia média de 110 quilômetros, os veículos são recarregados durante à noite nos centros de distribuições, onde foram realizadas obras civis e modificações de instalações.

Diálogos da COP 27 | Reveja as entrevistas feitas pela agência epbr com especialistas em clima e transição energética, agentes do mercado, indústria e sociedade civil durante a conferência.