Passadas as eleições e confirmada a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para o terceiro mandato, é hora de o setor energético olhar para a frente, se (re)organizar para dialogar com o próximo governo, entendendo o momento econômico e, sobretudo, propondo soluções capazes de garantir que o enorme potencial brasileiro como país da energia barata, limpa e competitiva seja de fato aproveitado.
Se bem utilizados, os recursos advindos do pré-sal, do gás natural do pré-sal e das energias renováveis farão do Brasil a maior potência energética do planeta, permitindo crescimento econômico, geração de emprego e recursos para o desenvolvimento social.
Brasil na liderança
A crise energética vivida no planeta e o drama do aquecimento global são provas de que o Brasil pode e deve liderar um movimento mundial de transição energética a partir de seu enorme potencial. Uma verdadeira frente ampla energética que una os países em defesa da necessidade urgente de menos carbono na atmosfera e mais produção de energia renovável.
E uma nova visão sobre o gás natural. Ele é insumo fundamental para o planeta e certamente terá papel decisivo na transição energética. Demos o primeiro passo para aproveitar nosso potencial com a Lei do Gás. Agora, precisamos fazer com que ela seja aplicada nos Estados e que os tomadores de decisões entendam que abrir o mercado é fundamental para termos competição e mais desenvolvimento, econômico e social.
Podemos industrializar a nossa produção mineral e agrícola atendendo à demanda nacional e criando uma plataforma para exportação de produtos com baixa emissão em contribuição à questão climática. Para isso, precisamos manter o olhar sobre nossos mercados de energia e promover um debate que, infelizmente, não aconteceu como deveria na campanha eleitoral.
Mas precisa baixar custo da energia
Mostrar que os mercados de energia precisam servir aos consumidores e não às suas próprias cadeias produtivas, nem ter os seus interesses capturados pelas mais diversas questões de natureza local ou econômica em detrimento dos consumidores, como muitas vezes termina acontecendo nos chamados “jabutis” incluídos em propostas legislativas.
E, para garantir a redução do custo da energia aos brasileiros e à indústria nacional, a frente ampla energética deve atentar sobre alguns pontos em comunhão. Pontos que são a base para a modernização.
O primeiro e principal é a correta sinalização de preço e alocação de riscos. O preço da energia é a base do setor. A partir dele, seguimos as políticas e definições para onde seguiremos.
O aumento da eficiência e transparência do setor, assim como a interrupção de novos custos são, também, fundamentais para a mudança estrutural que se defende. E a eliminação de subsídios implícitos e explícitos, além da alocação dos custos de políticas públicas no orçamento da União, e não na conta de luz.
A bem da verdade e da necessária e urgente modernização do setor, é preciso uma abordagem consistente para o setor de energia.
Assim, teremos resultados extraordinários para a economia brasileira que vão se espalhar na nossa sociedade, ajudando a combater questões importantes para o país e que entram fortemente na agenda, como a questão do desenvolvimento, do desenvolvimento regional, do combate às desigualdades, a partir de um extraordinário potencial brasileiro.
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