Biocombustíveis

bp fecha aquisição da Archaea Energy para produzir biogás nos EUA

Com investimento de cerca de US$ 4,1 bilhões, britânica quer expandir potencial em bioenergia e avançar nas metas de descarbonização

bp adquire produtora de biogás nos EUA de olho na transição. Na imagem, Assai, instalação de RNG operacional de maior capacidade do mundo, localizada no aterro sanitário Keystone em Dunmore (Foto: Divulgação/Archaea Energy)
Localizada no aterro sanitário Keystone em Dunmore, Assai é a instalação de RNG operacional de maior capacidade do mundo (Foto: Divulgação/Archaea Energy)

BRASÍLIA A bp anunciou, nesta segunda (17/10), a compra da Archaea Energy Inc., uma das principais produtoras de gás natural renovável (RNG, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. A aquisição pretende apoiar as metas de redução da intensidade de carbono de seus produtos energéticos até 2050.

A aquisição, sujeita à aprovação regulatória e dos acionistas da Archaea, foi negociada em cerca de US$ 4,1 bilhões. O acordo de obtenção deve ser concluído até o final de 2022. 

É parte da estratégia de transição da bp. Até o fim da década, o grupo de energia britânico planeja investir em pelo menos cinco rotas tecnológicas de baixo carbono e a bioenergia é uma delas.

Segundo a bp, o investimento dobra o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) esperado do biogás para cerca de US$ 2 bilhões até 2030 e ajuda a superar a meta da bp de chegar a 2030 com os negócios em transição gerando entre US$ 9-10 bilhões em EBITDA.

Com sede em Houston, no Texas, a Archaea opera 50 instalações de RNG e gás de aterro em energia nos EUA, e tem um pipeline de desenvolvimento com potencial de aumentar cerca de cinco vezes nos volumes de biogás até 2030.

Os projetos também têm potencial de integração com tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês).

Hoje, a produção de biogás da companhia sediada no Texas é de cerca de 6 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Ao fechar sua produção, espera um aumento imediato de 50% nos volumes de fornecimento de biogás da bp.

Bernard Looney, CEO da bp, afirma que o contrato deve colocar a bp na liderança do RGN nos EUA, ao mesmo tempo em que acrescenta valor diferenciado aos negócios da companhia.

“Estamos fazendo isso mantendo o foco na execução disciplinada de nossa estrutura financeira. Investir com disciplina na transição energética, criando mais valor através da integração — é exatamente disso que se trata a transformação da bp em uma empresa integrada de energia”, diz o executivo.

A bp prevê crescimento de 40% do seu investimento anual até 2025, com o objetivo de aumentar para cerca de 50% até 2030. 

Iniciativas no Brasil

No Brasil, a britânica está apostando na geração solar e em projetos de gás natural.

A Lightsource bp, joint venture por meio da qual a petroleira britânica investe em geração centralizada de energia solar, está de olho em oportunidades de aquisição de novos projetos no Brasil. O objetivo é acelerar o crescimento da companhia no país.

A empresa tem hoje uma carteira de 4 GW pico de projetos em fase de desenvolvimento no mercado brasileiro e está construindo a sua primeira planta de geração no país: Milagres (210 MWp), em Abaiara (CE), previsto para entrar em operação no início de 2024.

Recentemente, a bp demonstrou interesse na formação de uma joint venture de gás natural liquefeito (GNL) no Brasil. A empresa visa instalar uma infraestrutura no Porto do Açu em 2024, com o objetivo de atingir os mercados do Sul da Bahia e do Sudeste. 

Neste ano, a bp também assinou um memorando de entendimento (MoU) para estudar a implantação de hub de gás natural no Porto do Pecém, no Ceará.