Diálogos da Transição

Indústria solar é a que mais emprega mulheres no setor de energia

Proporção de mulheres que trabalham em cargos de tempo integral no segmento solar fotovoltaico é de 40%, mas a maioria atua em funções administrativas

Indústria solar é a que mais emprega mulheres no setor de energia. Na imagem: Duas mulheres instalam placas solares fotovoltaicas (Foto Divulgação Neoenergia)
Indústria solar é a que mais emprega mulheres no setor de energia (Foto Divulgação Neoenergia)

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Editada por Nayara Machado
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Reveja o BackStage Rio Oil & Gas 2022
Ponto de encontro do mercado de energia

A agência epbr entrevista principais executivos e executivas do setor de petróleo e gás em um estúdio diretamente da maior feira e conferência da América Latina. Ampliando o alcance das discussões e levando para quem está fora do evento as pautas que fundamentam decisões no setor de petróleo e gás no Brasil.

Relatório publicado hoje (30/9) pela Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, em inglês) mostra que a proporção de mulheres que trabalham em cargos de tempo integral na indústria solar fotovoltaica é de 40% – quase o dobro da participação na eólica (21%) e no petróleo e gás (22%) –, mas a maioria (58%) atua em funções administrativas.

Em cargos técnicos como advogadas ou especialistas em aquisições, elas preenchem cerca de 38% das vagas.

Em funções relacionadas à ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), a participação cai para 32%.

Enquanto nos cargos de liderança, mulheres ocupam 30% dos gerenciais e apenas 13% das gerências sêniores.

Com cerca de 4,3 milhões de postos de trabalho no mundo, a indústria de energia solar fotovoltaica é a que mais emprega no setor de energia renovável, mas corre o risco de excluir talentos essenciais para seu crescimento, caso não inclua uma lente de gênero nos negócios.

“As mulheres enfrentam desafios para entrada, retenção e avanço na força de trabalho de energia solar fotovoltaica. As barreiras mais proeminentes são as percepções dos papéis de gênero, a falta de políticas justas e transparentes e as normas culturais e sociais que moldam o comportamento”, aponta o relatório.

Eliminar essas barreiras é uma questão crítica.

Passa, inclusive, por mudanças em políticas públicas capazes de estabelecer um ambiente mais favorável à inserção e permanência das mulheres no mercado.

“A abordagem das questões complexas que as mulheres enfrentam exigirá uma maior conscientização de gênero; melhorar as políticas nacionais e remover leis restritivas; estabelecer melhores práticas, políticas e regulamentos no local de trabalho; e formação de redes e sistemas para apoiar treinamento e orientação”, enumera a Irena.

Diversidade

Com projeção de ter criado 12,7 milhões de empregos em 2021 e quadruplicar esse valor até 2050, a indústria renovável pode desempenhar um papel relevante na mudança de paradigma do mercado de trabalho.

Para isso, precisa avançar agora com programas de inclusão, e não só de gênero.

Dados do Índice de Equidade Racial Empresarial (IERE) mostram que, no Brasil, a representatividade de pessoas negras como colaboradores em grandes empresas
é, em média, de 29,6% – mais ou menos 17% homens e 13% mulheres.

A maior parte, aproximadamente 34,6%, ocupa cargos de menor aprendiz, estagiário e trainee.

“Esse é o quadro que vem se mantendo no Brasil há mais de três décadas”, comenta Raphael Vicente, diretor geral da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial.

“Quando se fala de aprendiz, há um bom tempo existe um número interessante de aprendizes negros. Quanto aos cargos de gerência e supervisão, os negros representam 15,8%. Diretoria e conselho de administração, 4%. Nos cargos de gerência e supervisão 10,3% são homens e 5,5% são mulheres negras”, completa.

Você viu? A iniciativa Sim, elas existem! divulgou uma lista com 400 mulheres indicadas pelo mercado com competências para exercer cargos de liderança em ministérios e agências reguladoras no próximo governo. No Backstage ROG 2022,  Renata Isfer, fundadora da Petres Energia e co-criadora da iniciativa, conta como foi a formação da lista. Assista no Youtube!

Eleições 2022

O que dizem os presidenciáveis sobre clima e transição energética? Faltando quatro dias para o primeiro turno das eleições no Brasil, os candidatos que lideram as pesquisas da corrida presidencial — Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) — trazem propostas pouco enfáticas sobre meio ambiente e energia em seus planos de governo.

No geral, nenhum dos quatro tem compromissos claros com a meta climática do Acordo de Paris, de limitar o aquecimento global em 1,5ºC. Também faltam indicativos de eliminação de subsídios aos combustíveis fósseis.

E a tendência é que, independente de quem assuma o poder, os fósseis continuem bem presentes na matriz energética e com vantagens.

O preço dos combustíveis é uma agenda que mobiliza votos, com forte apelo entre a classe média usuária de gasolina. Ganhou subsídios em ano eleitoral e o atual presidente e segundo colocado na corrida promete estender os benefícios para o ano que vem. Leia na reportagem de Millena Brasil

Mundo de olho no destino da Amazônia

As eleições brasileiras raramente são noticiadas no exterior. O país de 215 milhões de habitantes é do tamanho de um continente, além de ser a maior economia da América Latina, e tem sido relativamente estável há décadas, à margem de confrontos entre superpotências.

Este ano é diferente. A disputa ao cargo máximo do Executivo vem com grandes apostas para quase todos os habitantes do planeta Terra. Bloomberg

Uma mensagem do Programa PotencializEE:

Veja como o PotencializEE vai ajudar mais de 5.000 indústrias brasileiras a realizarem mais de mil diagnósticos energéticos e apoiar na implementação de 425 projetos, até 2024. Saiba mais