Energia

Eletronorte elege cinco projetos para produção de hidrogênio verde no Amazonas

Parceria com o Senai vai explorar potencial de produção de hidrogênio usando energia solar, na hidrelétrica de Balbina

Eletronorte elege cinco projetos para produção de hidrogênio verde no Amazonas. Na imagem, Balbina Dam (Usina Hidreletrica de Balbina) (Foto: Seabirds/Wikimedia)
Inaugurada em 1989, a hidrelétrica de Balbina é uma das menos eficientes do Brasil em termos de área inundada para cada megawatt gerado (Foto: Seabirds/Wikimedia)

BRASÍLIA — Projetos de inovação para a indústria apoiados pelo Senai e a Eletronorte irão explorar o potencial amazonense na produção de hidrogênio verde (H2V), com foco na aplicação de energia solar.

Na terça (27/9) as organizações anunciaram as propostas selecionadas para o programa que vai destinar R$ 12 milhões para o financiamento de pesquisas de desenvolvimento na Usina Hidrelétrica de Balbina, localizada no estado do Amazonas.

Os selecionados irão aproveitar placas solares e recursos naturais da região para a produção do H2V, complementando o fornecimento hídrico da usina.

Inaugurada em 1989, a hidrelétrica de Balbina é uma das menos eficientes do Brasil em termos de área inundada para cada megawatt gerado — a barragem tem capacidade instalada de 250 megawatts e inunda uma área de 2.360 quilômetros quadrados. A hidrelétrica já foi responsável por 80% da energia gerada para Manaus e hoje cobre 17%.

Outro problema da usina é a emissão de gases de efeito estufa (GEE). Como sua área inundada não foi desmatada, as emissões de dióxido de carbono e metano chegam a superar a de térmicas a carvão — as mais poluentes das geradoras de energia.

Em junho deste ano, Eletronorte e Senai lançaram uma chamada pública para a realização de estudos de campo. A iniciativa, denominada Balbina Green Connection, é um aceno às empresas interessadas na execução de ações de redução de emissões de GEE.

Os projetos apoiados incluem um polo verde de inovação e sustentabilidade na região de Balbina; um sistema de gestão energética de uma microrrede; o desenvolvimento de grupo gerador a hidrogênio; uma embarcação de transporte rápido de pessoal movida a energia solar e hidrogênio; e um sistema de geração de H2 integrado diretamente à geração fotovoltaica.

A parceria quer promover o hidrogênio de eletrólise na região. Apelidado de “combustível do futuro”, o H2V tem atraído grandes projetos, enquanto governos nacionais e subnacionais começam a desenhar suas políticas de incentivo.

Recentemente, a União Europeia decidiu flexibilizar as regras de adicionalidade para produção de H2V.

Com o Brasil expandindo sua matriz renovável, crescem as oportunidades de garantia de energia e, ao mesmo tempo, de diminuição nas emissões de CO2. Hoje, a maior parte dos projetos anunciados no país está concentrada no litoral e associada aos futuros parques eólicos offshore.

Para o diretor de Inovação e Tecnologia do Senai Nacional, Jefferson Gomes, os projetos de viabilização podem impulsionar as contribuições nacionalmente determinadas (NDCs) brasileiras.

“A produção de mais energia limpa, incluindo o hidrogênio verde, pode significar um grande passo para o Brasil manter sua relevância frente à transição energética e ajudar o país a alcançar as metas acordadas na COP26 e ser protagonista neste processo”, comenta.