Diálogos da Transição

Enel X estuda eletrificação de frotas de ônibus em cidades brasileiras

Companhia quer eletrificar frotas em Curitiba (PR) e Angra dos Reis (RJ) e defende a solução para descarbonizar o transporte de passageiros em grandes centros urbanos

Enel X estuda eletrificação de frotas de ônibus em cidades brasileiras. Na imagem, entrega de ônibus elétrico, da Enel X, em Angra dos Reis (Foto: Luis Fernando Lara/Enel X)
Em Angra, a iniciativa é uma das etapas de um Procedimento de Manifestação de Interesse em que a Enel X é responsável pelas análises técnicas, legais e econômicas da parceria público-privada (Foto: Luis Fernando Lara/Enel X)

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Editada por Nayara Machado
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A Enel X anunciou esta semana o início de estudos para eletrificar as frotas de ônibus de Curitiba (PR) e Angra dos Reis (RJ). A companhia tem defendido a solução para descarbonizar o transporte de passageiros em grandes centros urbanos.

A exemplo de projetos que já desenvolve em cidades da Colômbia, Peru e Chile, nos projetos piloto o grupo fica responsável pela infraestrutura de recarga e suporte técnico.

Em Angra dos Reis, a iniciativa é uma das etapas de um Procedimento de Manifestação de Interesse em que a Enel X é responsável pelas análises técnicas, legais e econômicas da parceria público-privada.

A prefeitura testará, durante 30 dias, um coletivo elétrico da Marcopolo. O Attivi, com tecnologia nacional e importada, será operado pela concessionária de transporte público municipal em uma das linhas existentes.

Já em Curitiba, a prefeitura apresentou nesta sexta (16/9) o ônibus elétrico da fabricante chinesa Higer, que será testado durante 20 dias.

O município também estuda a eletrificação dos corredores Inter 2 e BRT Leste-Oeste, com previsão de aproximadamente 150 veículos elétricos a bateria operando em 2024.

Em ambas as cidades, os testes servirão para avaliar indicadores de manutenção e o funcionamento do sistema eletrônico durante o trajeto dos testes, além de autonomia, tempo de carregamento e custo da operação.

Além de Curitiba e Angra, em janeiro a Enel X testou um ônibus articulado em parceria com BYD e Marcopolo na região metropolitana de Goiânia (GO), durante cerca de 60 dias. Nos dois projetos, toda a infraestrutura de recarga necessária foi fornecida pela empresa de energia.

O grupo enxerga a mobilidade elétrica demandando novos modelos de negócios, com empresas costurando articulações e parcerias para mitigar riscos e compartilhar investimentos.

É uma forma de viabilizar a transição para uma tecnologia menos poluente que a convencional — baseada em diesel — sem aumentar o ônus para os operadores do transporte público e, em último caso, os passageiros.

Uma aposta da eletrificação do transporte coletivo urbano é justamente a redução de custos, não apenas com a substituição do diesel pela energia elétrica, mas também com a manutenção dos veículos, ainda mais caros que os atuais a combustão.

No Brasil, algumas cidades dão os primeiros passos na eletrificação.

São José dos Campos (SP), por exemplo, assumiu o investimento de frota para a Linha Verde, primeiro corredor 100% elétrico do país. Doze veículos a bateria serão adquiridos com recursos da outorga de um estacionamento rotativo.

Salvador (BA) está prestes a inaugurar os primeiros trechos de seu sistema BRT, que já nasce 30% elétrico — ao menos oito veículos elétricos a bateria estão previstos para entrar em operação nas próximas semanas.

Cobrimos por aqui: 

Novos negócios

Por falar em novos modelos de negócios, o Grupo Comerc Energia está apostando no mercado livre para direcionar as empresas na definição e cumprimento de suas metas de descarbonização.

O grupo, que tem uma carteira de cerca de 1,5 mil clientes no mercado livre, lançou recentemente uma plataforma para fazer os inventários de emissões de gases de efeito estufa e apresentar planos de ação às empresas.

As prioridades são transição energética e eficiência, com a adoção de alternativas que emitem menos, pelo mesmo processo produtivo.

“Por exemplo, trocar gasolina por etanol, ou diesel por biodiesel ou biometano, ou ainda substituir a frota a combustão por elétrica”, explica Antonio Camargo, diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios do Grupo Comerc.

Ele conta que, quando se fala em descarbonização, muitas empresas estão se restringindo a adquirir certificados de energia renovável (I-RECs) ou créditos de carbono, o que, na verdade, são compensações de emissões — e devem ser uma estratégia complementar, não a principal.

“Se você quiser efetivamente descarbonizar, primeiro tem que se esforçar para reduzir a pegada. Os créditos de carbono vêm depois, para compensar aquilo que não foi possível mitigar”.

Com a ferramenta, batizada de Impacta, o grupo espera alcançar desde grandes indústrias eletrointensivas até clientes de médio e pequeno porte, como hospitais, prédios comerciais e armazéns, que não necessariamente estão engajados na questão climática.

E, com isso, conseguir atacar também as emissões de escopo 3 — as mais difíceis de resolver, porque dizem respeito a toda a cadeia.

As emissões de Escopo 1 são resultado direto das atividades; Escopo 2, consumo de energia; Escopo 3 são emissões da cadeia de suprimentos e produtos.

“[Grandes] empresas estão fazendo uma pressão em toda a cadeia de fornecedores. Uma vez que as empresas de porte pequeno e médio se preocupem com a temática da descarbonização, elas vão estar mais bem posicionadas e mais bem preparadas”, completa Antonio.

Honda quer aumentar frota de motocicletas eletrificadas até 2025

A marca pretende lançar mundialmente dez modelos de motocicletas elétricas até 2025. Implementação da frota já começou em países da Ásia, como a Tailândia e o Japão.

Aporte para Eletronuclear

A Eletronuclear recebeu a primeira liberação de recursos, de cerca de US$ 13 milhões, do financiamento internacional do Santander para o Programa de Extensão da Vida Útil de Angra 1. Operação com o US Exim Bank (EUA) e contragarantia da Eletrobras. O objetivo da Eletronuclear é estender a operação da unidade até 2044 — Angra 1 entrou em operação em 1985.

Engie vende sua última usina a carvão no Brasil

Pampa Sul saiu por R$ 2,2 bilhões, incluindo dívidas de R$ 1,8 bilhão, para fundos geridos pela Starboard e Perfin. A Engie sai, mas as térmicas ficam, como o caso da Jorge Lacerda, vendida para a Diamante Energia. Os novos donos da Pampa Sul falam em descarbonizar e antecipar o fim da operação.

Você viu? Esta semana, a agência epbr estreou um novo programa de entrevistas ao vivo, o antessala. Na pauta, os leilões de energia nova e a contratação das térmicas da privatização da Eletrobras. Assista no Youtube

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Geração eólica offshore é capaz de reduzir impactos da produção de óleo e gás Estudo de ciclo de vida e de impactos ambientais conclui que geração eólica associada a campos offshore tem expressivo impacto na descarbonização da produção, escrevem Laura Ferraz de Paula e Bruno Souza Carmo

Uma mensagem do Programa PotencializEE:

Veja como o PotencializEE vai ajudar mais de 5.000 indústrias brasileiras a realizarem mais de mil diagnósticos energéticos e apoiar na implementação de 425 projetos, até 2024. Saiba mais