newsletter
Diálogos da Transição
APRESENTADA POR
Editada por Nayara Machado
[email protected]
A série de debates dos Diálogos da Transição está de volta, de 29/8 a 2/9
Inscreva-se para receber a programação: http://eepurl.com/h4u5Xr
Com potencial estimado em 142 mil gigawatts (GW) para eólica offshore e 18,3 mil GW onshore, o Espírito Santo quer se inserir na rota de investimentos internacionais para geração de energia renovável na costa brasileira.
Nesta sexta (26/8), o governo estadual lançou junto com a federação da indústria Findes uma plataforma online com o mapeamento do potencial eólico do estado. O atlas é resultado da cooperação com o governo da Alemanha, que está de olho na tecnologia para desenvolver uma economia do hidrogênio.
O estudo faz uma revisão de um levantamento de 2009, que identificou à época um potencial de 4,7 GW.
“Esse potencial [142 mil GW] surpreendeu até os mais otimistas pesquisadores da área. O Espírito Santo, com esse dado, se coloca de vez na rota dos principais cenários de exploração de energia eólica do Brasil”, disse Ricardo Pessanha, secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do ES (Sectides).
A energia mapeada seria suficiente para atender metade do consumo anual do Brasil.
“É óbvio que isso depende de uma exploração plena, o que é muito difícil de acontecer. Mas nos dá a dimensão do potencial que o Espírito Santo tem”, completou.
A experiência do estado com o óleo e gás é vista como um fator de vantagem, dada a expertise com a exploração offshore.
É o que tem acontecido em outras partes do mundo. O Reino Unido, por exemplo, aproveitou sua experiência em exploração de petróleo no mar e hoje é líder mundial em energia eólica offshore — com 10,5 GW em operação e um pipeline de projetos que pode levar a 76 GW adicionais.
No Mar do Norte europeu, Alemanha, Holanda, Bélgica e Dinamarca planejam instalar pelo menos 65 GW de capacidade eólica até 2030 e 150 GW até 2050.
No Brasil, falta regulação, mas a iniciativa privada já soma mais de 169,4 GW em 66 projetos com pedidos de licenciamento no Ibama. A maior parte deles no Rio Grande do Sul (56,7 GW em 20 parques) e no Ceará (48,4 GW em 18 empreendimentos).
O Espírito Santo, até agora, não conseguiu atrair muita atenção. De acordo com dados de agosto do Ibama, o estado tem quatro projetos com pedido de licenciamento, no total aproximado de 5,7 GW.
São projetos da Votu Winds (1,4 GW), Geradora Eólica Brigadeiro II (495 MW), Bluefloat Energy (1,2 GW) e Shell (2,5 GW).
Para Rachel Freixo, subsecretária da Sectides, é preciso um programa de Estado, financiamento, pesquisa e incentivos tributários.
“Existem algumas ferramentas para que esses projetos aconteçam, que vão desde financiamento à renovação tecnológica”, diz.
“O Brasil ainda é muito tímido quando se fala em eólica offshore. Acabamos de ter um marco regulatório aprovado no Senado e há todo um caminho a ser desenvolvido (…). Um Plano Nacional de Hidrogênio pouco divulgado, porque ainda não virou uma pauta federal, mas os estados têm se organizado”.
Na avaliação da subsecretária, o recém lançado pacote de incentivo às renováveis dos EUA desmistifica o discurso contra subsídios para novas energias.
Neste ponto, Rachel afirma que o Espírito Santo, com incentivos tributários para importação de equipamentos e exportação de energia, se posiciona estrategicamente para atrair investimentos privados.
Cobrimos por aqui:
- Senado aprova marco das eólicas offshore
- Eólicas offshore: Brasil é um promissor líder mundial
- CNPE aprova governança do Programa Nacional do Hidrogênio
Eólica com debêntures
A Casa dos Ventos concluiu a emissão de R$ 105,5 milhões em debêntures de Ventos de São João XXIII, um dos parques que compõem o complexo eólico Babilônia Sul, na Bahia.
A emissão é uma das fontes de financiamento do projeto, que inicia o comissionamento em 2022 e operação plena em 2023, e já tem sua energia negociada em contrato de compra e venda de energia (PPA) até 2038.
É a segunda emissão de debêntures da Casa dos Ventos este ano. A primeira foram green bonds no valor de R$ 430 milhões, para financiar parte da expansão do Complexo Eólico Rio do Vento, no Rio Grande do Norte.
Novo parque no RS
A CGT Eletrosul foi autorizada pela Aneel a iniciar a implantação do parque eólico Coxilha Negra, no Rio Grande do Sul. Na segunda-feira (22/08), a CGT Eletrosul assinou os contratos com as empresas responsáveis pela execução da infraestrutura associada ao empreendimento.
O escopo engloba serviços voltados à construção dos acessos internos e externos, fundações dos aerogeradores, implantação das redes de média tensão subterrâneas, linhas de transmissão e subestações. O investimento total é de R$ 2,1 bilhões, incluindo o fornecimento dos aerogeradores, a instalação do sistema de transmissão e as obras civis.
O parque terá capacidade instalada de 302,4 MW — energia equivalente à demanda de 1,5 milhão de consumidores. O início da operação dos primeiros aerogeradores está previsto para o primeiro trimestre de 2024.
A energia gerada estará disponível no Sistema Interligado Nacional e será comercializada no mercado livre.
Pirapora Energia emite I-REC
A Pesa, subsidiária da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), foi homologada pela organização internacional que estabelece padrões globais de rastreamento de atributos ambientais de energia para emissão de Certificados de Energia Renovável (selo I-REC).
Cada megawatt hora produzido na PCH Pirapora equivale a um I-REC que pode ser comercializado pela Pesa e adquirido por empresas com metas de redução de gases de efeito estufa.
GD no Itaú
A Enel Brasil e o Itaú Unibanco firmaram contrato para construção de 46 usinas fotovoltaicas de geração distribuída em 13 estados e no Distrito Federal.
Com capacidade instalada total de 54,7 MWp, as plantas serão responsáveis por gerar energia limpa para 1.557 unidades do Itaú. O contrato tem prazo de 10 anos, com possibilidade de prorrogação.
As usinas solares serão instaladas pela Enel X no Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará, Pará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Mato Grosso e Distrito Federal. Ao todo, serão mais de 75 mil painéis solares instalados e a previsão é que as usinas iniciem as operações em cerca de 12 meses.
Artigos da semana
— Como comprometer o primeiro mercado regulado de carbono do Brasil Não será retirando força do RenovaBio — ou com a implantação atropelada do MBRE — que construiremos uma política para mitigação e adaptação às mudanças do clima, escreve Edson Rodrigo Toledo Neto.
— Os três pilares fundamentais para que projetos de CCS decolem Segurança regulatória, viabilidade econômica e integração da cadeia são os principais desafios dos projetos de CCS, analisam Isabela Morbach e Nathália Weber.
— Rio de Janeiro e o ônus de ser o maior produtor de gás natural do Brasil Karine Fragoso e Fernando Montera, da Firjan, defendem ferramentas de desconcentração de oferta — gas release, em adição a finalização da UTG Itaboraí e sua conexão com a rede de transporte.
— Atraindo os melhores fornecedores na contratação de energia solar Poder público e setor fotovoltaico têm a ganhar com concorrências mais flexíveis, escreve Roberto di Cillo.
Uma mensagem do Programa PotencializEE:
Veja como o PotencializEE vai ajudar mais de 5.000 indústrias brasileiras a realizarem mais de mil diagnósticos energéticos e apoiar na implementação de 425 projetos, até 2024. Saiba mais