Eleições 2022

Bioenergia e gás nas promessas de candidatos ao governo de São Paulo

Potencial paulista na produção de bioenergia está no centro de convergência dos planos de Haddad, Freitas e Garcia

Bioenergia e gás nas promessas de candidatos ao governo de São Paulo. Na imagem, Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo (Foto: Governo do Estado de São Paulo)
Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo (Foto: Governo do Estado de São Paulo)

RIO — Incentivar o potencial paulista na produção de bioenergia está no centro de convergência dos planos de governo dos principais candidatos a governador do Estado em 2022, na área de energia.

O protagonismo de São Paulo na produção de etanol e biogás aparece como importante motor das propostas de desenvolvimento econômico sustentável dos programas de Fernando Haddad (PT), Tarcísio Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB).

São Paulo é o maior centro consumidor de energia do Brasil. É dono do maior parque de refino do país, líder na produção de derivados de petróleo e também de etanol da cana-de-açúcar. É também o segundo maior produtor de petróleo e gás natural do país e líder na geração termelétrica a biomassa.

Líder nas pesquisas de intenção de votos, Fernando Haddad é sucinto nas propostas voltadas à política energética.

Ao tratar do tema de desenvolvimento regional, o petista destaca a necessidade de se políticas de desenvolvimento para regiões de maior vulnerabilidade. Cita que seu governo vai “apoiar, aprofundar e expandir experiências muito exitosas de produção de energia limpa” — como, por exemplo, fazendas de geração de energia solar na região Oeste e a geração de energia a partir de biomassa, nas regiões central e norte.

Já o plano de governo do ex-ministro de Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio Freitas, para a área de energia, concentra-se em segmentos como bioenergia e o mercado de gás natural.

O candidato foca no aproveitamento do potencial paulista na produção de cana-de-açúcar e seus derivados. Fala em incentivar institutos de pesquisa e desenvolvimento, para propiciar uma “nova revolução nas pesquisas agrícolas” nos segmentos de etanol de 2ª geração, biogás e biometano.

Ao tratar do eixo sustentabilidade, promete políticas voltadas à descarbonização do transporte, da indústria e das rotas marítimas.  Diz também que vai incentivar as energias eólica offshore e solar, neste caso, com implantação de energia fotovoltaica “nos prédios públicos e em áreas disponíveis do Estado”. E cita que incentivará o hidrogênio verde, a partir da rota do etanol.

Ao tratar da competitividade da indústria paulista, Tarcísio Freitas menciona, ainda, o transporte e distribuição do gás da Bacia de Santos para os parques industriais. Cita, nesse sentido, o aproveitamento do Marco do Gás — um dos destaques da política energética do governo federal. Por fim, defende a privatização dos portos de Santos e São Sebastião.

O atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, por sua vez, promete a transição do agro paulista para modelo de economia verde, com foco em bioenergia.

Também promete a regulamentação do mercado de carbono e o impulso à economia circular na gestão de resíduos sólidos, para estimular o enfrentamento das mudanças climáticas e o incremento da bioeconomia.

A agência epbr utilizou, como referência, os planos de governo registrados pelos candidatos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E toma, como linha de corte, candidatos com mais de 5% nas intenções de voto ao governo estadual, de acordo com as pesquisas mais recentes do Datafolha e Ipec.