RIO — A Eneva vai se concentrar apenas em projetos na região Norte, no primeiro leilão das termelétricas compulsórias previstas na lei de privatização da Eletrobras.
O diretor de marketing, comercialização e novos negócios da companhia, Marcelo Lopes, afirmou nesta sexta-feira (12/8) que a empresa não cadastrou projetos próprios no Nordeste, nem assinou qualquer carta de intenção para fornecimento de gás natural a projetos de terceiros na região.
A companhia é uma importante produtora de gás na Bacia do Parnaíba (MA), onde opera um complexo termelétrico associado à produção onshore.
A licitação, marcada para 30 de setembro, vai se dedicar a contratar 1 GW no Norte, para início de suprimento em 31 de dezembro de 2026; e 300 MW no Maranhão e 700 MW no Piauí, para 31 de dezembro de 2027.
Ao todo, foram cadastrados 37 projetos no leilão, totalizando cerca de 12 GW de capacidade. A Shell tem se posicionado como supridora de gás natural liquefeito (GNL) para projetos no Nordeste.
As regras da licitação dão preferência à contratação de termelétricas que consumam gás nacional.
A Eneva desponta, assim, como uma das favoritas ao leilão. A companhia já sinalizou, anteriormente, o interesse de negociar os projetos Azulão 2 (295 MW) e Azulão 3 (320 MW), no Amazonas. Ambos permitiriam à empresa aumentar a capacidade do complexo termelétrico local para 1 GW.
Lopes sinalizou, contudo, que o número de projetos cadastrados pode ser maior.
“Cadastramos um conjunto de projetos nesse leilão que é superior à demanda prevista [1 GW na região Norte]… Já temos projetos [com licença] para poder participar do leilão, já está encaminhado. Estamos fazendo a analise do volume adequado de estarmos buscando dentro do leilão”, comentou, durante conferência com investidores.
A Eneva fez descobertas recentes nas proximidades da concessão de Azulão, dentre as quais Anebá, a 50 km de distância da planta de liquefação do complexo.
O plano é começar reinjetando o gás local, para acelerar a produção de óleo. Mas no futuro a ideia é conectar Anebá e Azulão e produzir, assim, até 3 milhões de m³/dia com os novos recursos.
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