Energia solar

Equinor, Hydro Rein e Scatec fecham venda de energia de complexo solar de 531 MW no Rio Grande do Norte

Investimento estimado para o projeto Mendubim é US$ 450 milhões

Equinor, Hydro Rein e Scatec fecham venda de energia de complexo solar de 531 MW no Rio Grande do Norte
Refinaria de alumina Alunorte, do grupo Hydro, no Pará, receberá energia renovável para reduzir emissões (Paulo Santos, Interfoto, Norsk Hydro)

RECIFE – O consórcio formado por Equinor, Hydro Rein e Scatec definiu a estrutura para venda da energia do complexo solar fotovoltaico Mendubim e vai destinar cerca de 60% da geração para a refinaria de alumina Alunorte, da Norsk Hydro, no Pará.

As empresas assinaram um contrato de compra de energia (PPA, na sigla em inglês) de 20 anos, em dólares, com a Alunorte.

O restante será destinado ao mercado de energia. Com isso, o início das obras deve começar até o fim deste ano para entrar em operação no último trimestre de 2023.

O investimento estimado é de US$ 450 milhões, para instalar os parques com capacidade total de 531 megawatts (MW), na cidade de Assu, no Rio Grande do Norte.

Segundo comunicado da Hydro Rein, desta sexta (8/7), o EPC (serviços de engenharia, aquisição e construção) ficará por conta do consórcio, igualmente detido por Equinor, Hydro Rein e Scatec. A Scatec ficará responsável pela operação e manutenção.

Energia renovável para indústria eletrointensiva de alumínio

Mendubim é um de três projetos renováveis na carteira brasileira da Hydro Rein, braço da Hydro para investimentos em energias renováveis, e faz parte da estratégia do grupo norueguês de descarbonizar suas plantas de alumínio.

Em maio, a Hydro Rein e a Albras (Alumínio Brasileiro S.A., joint venture entre o grupo norueguês Norsk Hydro e a japonesa NAAC) fecharam um acordo para compra de participação no complexo solar Boa Sorte (438 MW).

O projeto, inicialmente 100% da Atlas Renewable Energy, está previsto para ser construído em Paracatu (MG), com investimentos de US$ 320 milhões e fornecerá energia renovável de longo prazo para a Albras.

Em outra frente, a Hydro Rein e o fundo de investimento verde Green Investment Group (GIG), da Macquarie Asset Management, formaram uma joint venture para construir e operar um projeto híbrido de geração de energia eólica e solar.

Batizado de Feijão, o complexo de 586 MW será instalado nos estados de Pernambuco e Piauí, também estruturado no modelo de autoprodução.

A energia foi negociada, por meio de um PPA para atender à mina de bauxita da Hydro Paragominas e, novamente, para a Alunorte, no Pará.

RN estima que investimento em solar supere R$ 1 bilhão em 2022

Apesar de ocupar a 15ª colocação entre os estados com maior potência instalada, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Rio Grande do Norte registrou um crescimento de 124% no interesse pela modalidade, de acordo com a Associação Potiguar de Energias Renováveis (Aper).

O levantamento apontou que dos 167 municípios, 164 já possuem energia solar. A previsão é de que em 2022 o investimento supere o R$ 1 bilhão no estado, onde mais de 18 mil domicílios, comércios e indústrias já operam com parte da sua energia de fonte renovável.

Em abril deste ano, a Voltalia, empresa produtora de energia renovável, anunciou o início da operação das usinas Serra do Mel 1 e 2 no Rio Grande do Norte. Cerca de 540 mil painéis fotovoltaicos foram instalados no complexo, com uma capacidade total de 2,4 GW.

A previsão é que a operação atinja 100% da capacidade ainda no primeiro semestre de 2022.