RECIFE — O número de sistemas de energia solar instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos dobrou no estado do Rio de Janeiro nos últimos 12 meses, de acordo com um mapeamento realizado pela Win, empresa distribuidora de equipamentos fotovoltaicos.
Segundo o levantamento, o volume de conexões da geração própria de energia, a partir de fonte solar, no estado, passou de 27 mil para 57 mil entre os meses de maio de 2021 e 2022. Um crescimento de 114%.
Atualmente, o Rio de Janeiro possui mais de 420 megawatts (MW) de energia solar em operação nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.
Entre as classes de consumo do estado, o setor residencial possui a maior potência instalada, com 60% do total. Outros 30% atendem a consumidores comerciais.
O volume de investimentos acumulados também cresceu na região nos últimos 12 meses, segundo estimativa da Win, passando de R$ 1,3 bilhão para R$ 2,3 bilhões entre maio de 2021 e maio de 2022.
O Rio ocupa, atualmente, a oitava posição no ranking estadual de geração distribuída, divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
O estado fica atrás de Minas Gerais, que lidera, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Goiás.
“O Rio de Janeiro é um importante centro de desenvolvimento da energia solar. A tecnologia fotovoltaica representa um enorme potencial de geração de empregos e renda, atração de investimentos privados e colaboração no combate às mudanças climáticas”, afirma Camila Nascimento, diretora da Win e coordenadora estadual da Absolar no estado.
Residências são 52% do mercado de GD solar em 2021
A classe residencial foi destaque no avanço da geração distribuída solar em 2021, com 52% do volume adicionado, enquanto a classe comercial foi responsável por 27%, mostra um levantamento da Greener sobre o desempenho da GD no ano passado.
Já a queda das atividades comerciais no período de pandemia pode ter puxado para baixo novas instalações nesse segmento. O preço também se mostrou fator decisivo.
A restrição da cadeia produtiva mundial, somada à disparada dos preços do frete e à valorização do dólar, impactaram diretamente os custos dos módulos fotovoltaicos em 2021.
Os preços de sistemas fotovoltaicos tiveram elevação média de 8%.
Brasil soma 25,8 GW em novos projetos solares outorgados em 2021/2022
Com isso, a capacidade de geração centralizada solar chega a 43,7 GW, dos quais 3,9 GW estão em construção, 4,8 GW em operação e 35 GW não iniciaram a construção.
Já os projetos em estágio inicial de desenvolvimento — com pedidos de outorga — somam quase 294 GW.
A maior parte dessa energia — 76% dos 4,8 GW em operação — foi comercializada no mercado regulado.
No início de 2022, a geração fotovoltaica atingiu 1,1 GW médio, o equivalente a 1,5% da geração de eletricidade no Brasil.
No mercado livre, são 38,6 GW outorgados — mas apenas 0,9 GW em operação. A maior parte dos projetos (34,5 GW) ainda não iniciou a construção.